"Os colegas ocidentais querem dominar o mundo" e por isso a Rússia teve de atacar a Ucrânia: as novas explicações do Kremlin (que continua a dizer que isto não é uma guerra)

Andreia Miranda , com agências
19 abr 2022, 13:08

Ministro dos Negócios Estrangeiros russo confirma ainda que começou uma nova fase do conflito. "Parece-me que vai ser um momento importante"

A Rússia já começou a "nova fase" da invasão à Ucrânia, admitiu o ministro dos Negócios Estrangeiros numa entrevista ao canal India Today, citada pela agência Tass, sem no entanto se referir a uma guerra mas sim a uma "operação especial" para "libertar" Donetsk e Lugansk",

"A operação no leste da Ucrânia visa - como foi anunciado anteriormente - a libertação completa das repúblicas de Donetsk e Lugansk. Esta operação vai continuar. A próxima fase desta operação especial começa agora. E, parece-me, vai ser um momento importante durante esta operação especial", afirmou Sergei Lavrov.

Lavrov disse ainda que a operação da Rússia na Ucrânia decorre do desejo do Ocidente de dominar o mundo e que foi o Ocidente que criou um "trampolim" na Ucrânia contra a Rússia ao colocar armas no país e a dizer que Kiev se pode juntar à NATO. 

"A verdadeira razão é a complacência da maioria dos países após o fim da II Guerra Mundial, quando os colegas ocidentais, liderados pelos Estados Unidos, se declararam vencedores e, violando as promessas feitas à liderança soviética e russa,  começaram a mover a NATO para o leste. Diziam 'não se preocupem, é uma aliança defensiva, não é uma ameaça à segurança russa'. Mas era uma aliança defensiva quando havia a NATO e o Tratado de Varsóvia. E havia o Muro de Berlim. Então ficou muito claro qual era a linha de defesa para essa aliança defensiva."

Na segunda-feira, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirmou que as forças russas começaram a ofensiva contra o leste da Ucrânia, intensificando os combates na região do Donbass, controlada em parte pelos separatistas pró-russos. A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A guerra causou a fuga de cerca de 12 milhões de pessoas, mais de cinco milhões das quais para os países vizinhos. A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo

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