Um livro sobre o seio de uma equipa excessiva tanto em campo como fora dele
Autor: Jeff Pearlman
No «LA Times», sobre o livro: O base diva a arquitetar mudanças de treinador. O patrão é um mulherengo inveterado, tal como a maior parte da equipa, exceto para o virgem convicto que acabaram de contratar e que acredita firmemente que o sexo só deve acontecer depois do casamento. Isto é uma dinastia ou uma novela? Bom, na verdade, ambas.
Bom, na verdade, são os Lakers dos anos 80. Os Lakers do sexo, drogas e Showtime
Esta história começa em 1979. E este livro de Jeff Pearlman, que reúne centenas de entrevistas, tem como capítulo primeiro: «Jack Kent Kook.»
Jack Kent Cooke era o dono dos Lakers naquele ano. Uma das últimas decisões que tomou antes de vender o franchise a Jerry Buss foi escolher Earvin Magic
E Jack Nicholson também, claro. E de outros atores, atrizes, hoje também de rappers, rockers
Magic Johnson transformou os Lakers dentro de campo. Já havia Kareem Abdul-Jabbar, uma das personalidades mais curiosas na liga, e obrigatoriamente do livro, mas foi um base de 2,06 metros que impulsionou um estilo de run-and-gun
Em campo, os Lakers eram espetáculo, eram showtime
Quando Buss comprou os Lakers, já tinha a ideia. A NBA não tinha o dinheiro de agora. E, assim, precisava de vender produto. Buss, um boémio, retirou a ideia de uma discoteca. Na The Horn, a noite começava sempre com uma frase: It’s showtime!
Buss levou a ideia, levou a frase e até levou uma discoteca para o Forum
Buss também deu um sinal forte. Numa comunidade extravagante, extravagante tinha de se ser: ofereceu um contrato de 25 milhões de dólares, por 25 anos, ao rapaz que há apenas dois anos tinha sido campeão universitário por Michigan State.
Ora, com Hollywood em peso no Forum, um patrão mulherengo e que abriu as portas da mansão de Hugh Hefner [sim, da Playboy], os Lakers eram a maior atração da cidade.
Os excessos, porém, foram uma marca desde o início. Spencer Haywood [1979/80] foi despedido logo após o primeiro jogo das finais de 1980 por ter adormecido num treino, consequência da viciação em cocaína.
Entretanto, Magic Johnson habituou-se a jogos de um para cinco [mulheres] na cama ao longo de toda a dinastia, James Worthy era preso [em 1990] por contratar prostitutas e, Pat Riley, com aquele cabelo puxado da frente para trás cheio de gel a acrescentar à moda angelina
Excerto do livro, que relata os momentos antes do jogo inicial da final de 89/90 vs Detroit Pistons:
«Disse ao Pat que era uma má ideia», conta Bill Bertka, o treinador adjunto. «Pat estava numa missão de conseguir o three-peat [três campeonatos consecutivos depois de conquistas em 86/87 e 87/88], mas não estava a pensar com lógica. Os rapazes precisavam de descansar. Quando fomos para Santa Barbara eu disse-lhe: "Pat, se apertares mais com eles, eles vão quebrar." Ele ficou chateado e respondeu-me que os jogadores estavam em grande forma, e que não podíamos deixar pedra sobre pedra. Não tenho a certeza de que eles estava a pensar com lucidez.»
A ideia de Riley era unir a equipa. E ele conseguiu-o. Os jogadores uniram-se… contra ele.
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Byron Scott ia lesionar-se no dia anterior ao jogo 1, num treino, lá está, excessivo para as circunstâncias. O resto é história.
O excesso de Riley, a sede pelo sucesso, retirou a uma equipa já mais velha a capacidade de lutar contra os Bad Boys de Chuck Daily. Pior ainda foi quando Magic Johnson teve uma lesão muscular a meio das Finals. O Showtime tornava-se Slowtime.
Em campo, a história dos Lakers é conhecida. Como também conhecido é o fim desta era púrpura e dourada, com Magic Johnson a anunciar em 1991 que estava infetado com o vírus HIV.
Foram 12 anos de sucesso, de muito sexo e excesso. O livro de Jeff Pearlman, autor de seis best-seller do NY Times, explica-nos como tudo isto misturado, por incrível que pareça, se transformou numa das equipas mais espetaculares do desporto e fez da NBA a liga mais glamorousa do mundo.