Keyla Brasil, que invadiu o palco do São Luiz, em estado “extremamente grave” na Tailândia após cirurgia de mudança de sexo

8 set 2023, 10:49
Keyla Brasil

A artista fez uma “viagem solitária” para a Tailândia. Autoridades estão a acompanhar a situação

Keyla Brasil encontra-se em estado “extremamente grave” depois de ter sido submetida a uma cirurgia de mudança de sexo na Tailândia. A ativista trans ficou conhecida por interromper uma peça de teatro no São Luiz, gritando "transfake", contra a escolha de um ator cisgénero para o papel de uma personagem trans.

A informação foi divulgada nas redes sociais pelas estruturas Opus Diversidades e Trans Paradise Portugal, que admitem ter sido informadas através de outras pacientes brasileiras que também estavam na clínica a que Keyla Brasil recorreu.

É explicado que Keyla sofreu um “mal-estar” a 7 de setembro, tendo sido assistida pelos profissionais da clínica onde foi operada. Depois, acabou transferida para o “sistema de saúde público devido a um AVC isquémico” que “afetou significativamente a sua saúde cerebral”.

Keyla Brasil tinha rumado a Banguecoque, na Tailândia, a 23 de agosto numa “viagem solitária” para se submeter a uma cirurgia de redesignação sexual.

A 27 de agosto, no Instagram, a artista dava conta de que a cirurgia, que lhe permitiu ter a desejada vagina, “foi um sucesso”. E concretizava mesmo que o médico lhe tinha dito tratar-se de um “dos melhores resultados que ele fez nos últimos anos”. “Ficou perfeita”, resumiu.

As publicações das associações nas redes sociais dão conta de que Keyla foi operada na Pratunam Polyclinic.

A Embaixada do Brasil e o Consulado Tailandês estão a acompanhar a situação. A família também já foi informada. A Embaixada do Brasil recebeu, entretanto, a indicação sobre em que hospital Keyla está a ser acompanhada.

A atriz ganhou visibilidade quando, em janeiro, invadiu o palco do Teatro São Luiz, em Lisboa, durante a apresentação da peça “Tudo Sobre a Minha Mãe", para protestar contra a contratação de um ator homem cisgénero (ou seja, que se identifica com o género atribuído à nascença) para interpretar uma personagem trans (em que essa identificação não existe).

Na sequência do protesto, o encenador Daniel Gorjão anunciou a integração no elenco da atriz trans Maria João Vaz para o papel. O elenco já incluía a atriz trans Gaya de Medeiros.

Depois disso, chegou a estar desaparecida alguns dias. Recebeu ameaças de morte após o seu ato de protesto, que levaram a brasileira a refugiar-se no interior de Portugal.

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