Quem é João Frazão, o nome que Jerónimo estreou na sucessão do PCP?

30 dez 2021, 19:38

Homem de bastidores, o dirigente de 49 anos tem sido visto como um importante contributo na hora de definir a estratégia dos comunistas.

O nome foi posto em cima da mesa por Jerónimo de Sousa numa entrevista exclusiva à CNN Portugal. Assim, pela primeira vez, João Frazão entra na linha de sucessão comunista, a par de João Ferreira, João Oliveira e Bernardino Soares.

Dos quatro, João Frazão é aquele com o percurso menos conhecido dos portugueses. Na página do PCP, o militante de 49 anos é apresentado como “intelectual”. Tem sido precisamente no partido que tem feito carreira, enquanto funcionário, com fontes do partido ouvidas pela CNN a destacar-lhe a “enorme capacidade” de trabalho. É membro da Comissão Política do Comité Central do PCP, o órgão máximo do partido

Oriundo de Braga, João Frazão, dizem as mesmas fontes, pertence ao chamado setor intelectual, com um importante contributo na hora de orientar a estratégia e a teoria político-ideológica do PCP. O seu trabalho é reconhecido pelas bases, em especial pela área sindical e pela Juventude Comunista Portuguesa, à qual pertenceu e que está sob a sua tutela na cúpula comunista.

Apesar do contido destaque mediático, João Frazão tem vindo a ganhar destaque nos últimos tempos, ainda que de forma esporádica, em representação do partido. Em 2020, por exemplo, partilhou a visão do PCP sobre a mensagem de Natal do primeiro-ministro. Antes disso, o nome surge associado a vários artigos de opinião sobre as políticas no setor das florestas. A agricultura é outra das áreas onde tem fortes responsabilidades no partido.

João Frazão tem o "pelouro" da Juventude Comunista no órgão máximo do partido

Muitos nomes mas a mesma estratégia

As fontes comunistas ouvidas pela CNN Portugal reforçam aquela que é a perspetiva pública: João Ferreira será o nome a reunir maior consenso dentro do Comité. Até porque a sua experiência eleitoral é encarada como uma vantagem, aproximando-o do perfil dos anteriores líderes: também Carlos Carvalhas e Jerónimo de Sousa foram candidatos presenciais antes de se tornarem secretários-gerais.

Além de João Oliveira e Bernardino Soares, também destacados por Jerónimo de Sousa na entrevista à CNN Portugal, há outros nomes para juntar à lista de potenciais sucessores. Vasco Cardoso, com grande influência na definição do programa económico do partido, e Paulo Raimundo. Este último, apesar de ter ganho alguma base de apoio depois do último congresso, em novembro de 2020, parece ter vindo a perder força.

Todos os nomes têm um traço comum: são da linha ortodoxa do marxismo-leninismo. Ou seja, caso um deles venha mesmo a ser escolhido como o próximo líder comunista, comprovam que o partido não tenciona, por agora, abdicar dos princípios assentes na luta de classes.

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