Bolsonaro exige ao Whatsapp que novas funcionalidades da aplicação possam ser usadas antes das eleições no Brasil

16 abr 2022, 20:03
Jair Bolsonaro, presidente do Brasil

Em causa está o facto de algumas das novas funcionalidades - como a criação de grupos com milhares de pessoas - só estarem disponíveis no país depois das eleições presidenciais, marcadas para outubro

Foi numa entrevista exclusiva à CNN Brasil que Jair Bolsonaro garantiu que o governo vai marcar uma reunião com um representante do Whatsapp para discutir o acordo da aplicação com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

"Já conversei com o Fábio Faria [ministro das Comunicações], que vai conversar com um representante do Whatsapp aqui no Brasil para explicar [o acordo], disse Bolsonaro, acrescentando ainda que: "Se ele [o Whatsapp] pode fazer um acordo com o TSE, pode fazer comigo também, porque não?". 

Em causa está o facto de algumas das novas funcionalidades - como a criação de grupos com milhares de pessoas - só estarem disponíveis no país depois das eleições presidenciais, que estão marcadas para outubro.

O Presidente do Brasil já tinha criticado este acordo entre o Whatsapp e o TSE, mas voltou a fazê-lo este sábado: é "inaceitável" e "inadmissível", disse à CNN Brasil. Mas foi mais longe: "Não vai ser um acordo com o TSE que o WhatsApp vai fazer e vai impor a toda a população brasileira. No Brasil, ou o produto está aberto para todo mundo ou tem restrição para todo mundo". 

"Porque é que para o Brasil só poderá ser realizado depois das eleições? 'Ah, depois das eleições não vai ter fake news'?", questionou. 

As novas funcionalidades

Foi na passada quinta-feira, dia 14 de abril, que o Whatsapp anunciou cinco novas funcionalidades, que deverão entrar em vigor nas próximas semanas. O objetivo é facilitar as interações e dar mais controlo aos administradores dos grupos.

São elas:

- chamadas de grupo passam a ter um limite máximo de 32 pessoas, em vez das atuais oito;

-  os administradores dos grupos vão poder eliminar mensagens "erradas ou problemáticas";

- vai poder criar-se aquilo que o Whatsapp apelidou de "Comunidades", ou seja, criar subgrupos dentro do mesmo grupo. Na prática, vai poder enviar uma informação ou uma mensagem para um pequeno grupo separado do grande grupo. Nestas "Comunidades", o limite passa de 256 pessoas, para alguns milhares; 

- peso dos ficheiros que podem ser partilhados vai aumentar, passando dos atuais 100 megabytes (MB) para dois gigabytes (GB);

- vai passar a ser possível reagir a mensagens com emojis, sem que seja preciso escrever alguma coisa. Uma funcionalidade que já existe no Facebook e nas iMessages para quem tem Iphones. 

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