Pelos menos 8 mortos e 50 feridos: Israel lança o maior ataque em 20 anos à cidade palestiniana de Jenin

3 jul 2023, 18:22

Forças israelitas garantem que estão a cumprir uma operação antiterrorista, tendo havido vários combates diretos entre soldados dos dois lados

Há 20 anos que não se via nada assim. As forças israelitas lançaram uma operação militar na cidade de Jenin, no norte da Cisjordânia, matando pelo menos oito pessoas e ferindo mais de 50, de acordo com os dados avançados pela CNN Internacional, que cita fontes palestinianas.

As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla original) confirmaram a existência de uma operação de “esforço extensivo de contraterrorismo na zona da cidade de Jenin e no Campo de Jenin”, garantindo que atingiram uma “infraestrutura terrorista”.

A operação envolveu o lançamento de 10 ataques aéreos - esta é a grande novidade - e o destacamento de centenas de soldados israelitas, que avançaram para o centro de “comando e controlo” de militantes palestinianos, que teriam em sua posse várias armas e equipamentos explosivos.

Vídeos obtidos pela CNN Internacional mostram veículos israelitas a desarmarem várias bombas improvisadas, enquanto vários tanques foram vistos nos limites da cidade de Jenin. As imagens das agências também mostram grandes destacamentos militares e vários civis de milícias palestinianas envolvidos em confrontos diretos com as forças israelitas.

O exército de Israel garante que os oito mortos do lado palestiniano são “militantes”, mas ainda nenhum grupo armado veio confirmar a morte de membros. Em paralelo, o governo palestiniano garante que cinco das vítimas mortais são adolescentes.

“A segurança e a estabilidade não vão ser conquistadas na região até que o povo palestiniano o sinta. O que o governo de ocupação israelita está a fazer na cidade de Jenin e no seu campo é um novo crime de guerra contra pessoas indefesas”, afirmou o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas.

Ao que tudo indica, esta é uma situação ainda em desenvolvimento, até porque ao início da noite ainda havia combates em Jenin, nomeadamente perto de uma mesquita. Foi precisamente numa mesquita, a de Al-Nasr, que as IDF garantem ter encontrado munições, alçapões e vários engenhos explosivos.

Entretanto surgiram reações de vários lados, incluindo do mundo árabe, que volta a virar-se contra Israel. O Egito condenou o que entende ser uma “agressão”, com o governo a condenar “veementemente” a morte dos soldados palestinianos.

Em sentido contrário, os Estados Unidos expressaram o seu apoio ao histórico aliado, dizendo à CNN Internacional que o governo norte-americano “apoia o direito de Israel se defender do Hamas, da jihad palestiniana e de outros grupos terroristas”.

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