Israel termina operação militar em Jenin com "todos os objetivos cumpridos"

CNN Portugal , com Lusa
5 jul 2023, 07:10
Israel lança maior ataque em 20 anos na Cisjordânia (EPA/ALAA BADARNEH)

O ataque terminou com a morte de pelo menos 12 palestinianos e um soldado israelita

A operação militar na região de Jenin, na Cisjordânia ocupada, terminou esta quarta-feira, anunciaram as forças armadas de Israel, que garantem que todos os soldados retiraram da zona.

"Todas as forças retiraram de Jenin. Terminámos a operação - todos os seus objetivos foram cumpridos", declarou o porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla original), Daniel Hagari, na estação de rádio israelita Galei Tzahal.

Durante os dois dias da operação, considerada o maior ataque em 20 anos na cidade de Jenin, morreram pelo menos 12 palestinianos e um soldado israelita.

As forças de defesa israelitas mobilizaram centenas de soldados, além de 'drones' [veículos aéreos não tripulados] e escavadoras, que devastaram ruas do campo de refugiados.

O Hamas, no poder na Faixa de Gaza e considerado um grupo terrorista por Israel e pelos Estados Unidos, tinha ameaçado retaliar.

Na terça-feira, um palestiniano foi morto a tiro, depois de atropelar e esfaquear pessoas em Telavive. Sete pessoas ficaram feridas, num ataque que o Hamas elogiou e classificou como uma "vingança heroica”.

"O campo de refugiados enfrenta uma situação desastrosa", disse à agência de notícias France-Presse o autarca de Jenin, Nidal Abu Saleh, referindo-se aos cortes no fornecimento de energia e água.

O ministro da Saúde palestiniano, Mai al-Kaila, chamou a operação israelita de "uma agressão que desafia a lei internacional" numa conferência de imprensa na terça-feira à noite.

Os combates levaram "cerca de três mil" pessoas a abandonar o campo de refugiados, onde viviam cerca de 18 mil palestinianos, disse o vice-governador de Jenin, Kamal Abu al-Roub.

A Liga Árabe anunciou na terça-feira que ia convocar uma reunião de emergência, enquanto a Jordânia e os Emirados Árabes Unidos, países árabes com relações diplomáticas com Israel, denunciaram a operação.

O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, denunciou na terça-feira a violência em Israel e na Cisjordânia ocupada e disse que "deve parar".

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