Israel "está prestes a concluir os objetivos pretendidos" com o maior ataque em 20 anos à cidade de Jenin

4 jul 2023, 11:03

Cerca de 3.000 pessoas já foram retiradas do campo de refugiados adjacente à cidade de Jenin, no norte da Cisjordânia

As forças israelitas estão prestes a terminar aquele que é já considerado o maior ataque em 20 anos na cidade de Jenin, no norte da Cisjordânia ocupada, e que já provocou a morte de pelo menos dez palestinianos.

Citado pela agência de notícias Reuters, Tzachi Hanebi, conselheiro sénior da segurança nacional de Israel, adiantou que a operação militar, que começou esta segunda-feira e que envolveu centenas de comandos e ataques aéreos, "está prestes a concluir os objetivos pretendidos".

Israel justificou a operação com o que diz ser a necessidade de eliminar fações palestinianas apoiadas pelo Irão que acusa de estarem por detrás de bombardeamentos e ataques com armas, além de haver indícios de "esforços preliminares" para lançar mísseis.

De acordo com a Reuters, que cita fontes palestinianas, há registo de pelo menos dez vítimas mortais e 100 feridos, 20 dos quais com ferimentos graves. A fação da Jihad Islâmica reivindicou quatro das vítimas mortais como seus combatentes, enquanto o Hamas indicou que uma das vítimas mortais também fazia parte dos seus elementos. A Reuters ressalva que ainda não é certo se os restantes cinco mortos - homens com idades compreendidas entre os 17 e os 23 - eram combatentes ou civis.

Por sua vez, o exército israelita disse ter a confirmação de que nove palestinianos morreram na sequência desta operação militar, garantindo que eram todos combatentes. As forças israelitas detiveram ainda 120 suspeitos para interrogatório.

Esta terça-feira, as tropas serão destacadas para áreas especificas no campo de refugiados adjacente à cidade para realizar novas buscas no terreno, como clarificou o porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla original), Daniel Hagari, numa publicação na sua conta oficial no Twitter: "Estamos no segundo dia da operação no campo de refugiados na cidade de Jenin. O nosso objetivo é localizar terroristas. Até ao momento, detivemos 120 suspeitos que estão agora a ser alvo de uma investigação conjunta entre nós e o Shin Bet [serviço de segurança interna de Israel]."

As forças israelitas permitiram que "todas as mulheres e crianças saíssem do campo por sua própria iniciativa", acrescentou Hagari, garantindo de seguida que, "até ao momento, nenhuma pessoa não envolvida [na operação] morreu, e aqueles que ficaram feridos têm conseguido receber ajuda".

Cerca de 3.000 pessoas foram retiradas do campo de refugiados adjacente à cidade de Jenin (EPA/ALAA BADARNEH)

De acordo com a Reuters, o Crescente Vermelho da Palestina (que faz parte do movimento internacional da Cruz Vermelha) já retirou cerca de 3.000 pessoas daquele campo de refugiados, onde vivem perto de 14.000 pessoas e que no último ano tem sido palco de confrontos entre as forças israelitas e palestinianas.
 
Entretanto, os Estados Unidos já reagiram ao ataque, apoiando "o direito de Israel se defender do Hamas, da jihad palestiniana e de outros grupos terroristas”. A ONU, por sua vez, lembrou que todas as operações militares devem respeitar o direito internacional.

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