As autoridades estão a investigar o que está na origem do problema que levou uma família ao Hospital de Coimbra. Uma das suspeitas recai sobre a última refeição: almôndegas feitas com carne picada do supermercado local. Mas, segundo a família, ainda não há certezas nenhumas. Pai e outro filho já tiveram alta. Mãe está nos Cuidados Intensivos
As autoridades de saúde estão a investigar se a origem da intoxicação alimentar que atingiu uma família, assistida no Hospital de Coimbra, e que vitimou um dos filhos, de sete anos, está na comunidade local ou foi apenas um incidente particular, apurou a CNN Portugal. Em cima da mesa está a possibilidade de ser uma toxina, uma bactéria ou até outra substância.
Uma das suspeitas incide sobre a última refeição, e por isso, estão agora em análises amostras das almôndegas que os quatro comeram. A carne foi comprada pela mãe das crianças num estabelecimento comercial da zona. “A minha nora comprou a carne no supermercado e picaram a carne lá. Depois, ela cozinhou e fez as almôndegas em casa”, relata à CNN Portugal o avô das crianças, Amândio Martins, 69 anos, explicando que até agora ainda "não há certezas nenhumas" quanto ao que atingiu o filho, a nora e os dois netos e os levou ao hospital. “Os médicos dizem que é um bicho que ataca o coração”, adianta.
Aliás, todos revelaram alterações no eletrocardiograma e outros exames ao coração. E o pai, Rudolfo Martins, de 44 anos, que já teve alta, ainda no último exame tinha alterações cardíacas que não eram comuns. Até porque recentemente, por ser desportista, tinha feito vários exames e estava "100%" bem do coração. Só o filho mais velho, de 12 anos estará já sem registo de interferência naquele órgão.
“É uma coisa horrível. Não se consegue perceber o que é”, frisa Amândio, recordando que a família tem uma quinta, com uma horta em Montemor, onde não ia há alguns dias.
Segundo adiantou à CNN Portugal, a família, os delegados de saúde já foram recolher várias amostras a casa da família, em Celas, Coimbra. Foram recolhidos restos de alimentos, químicos, como dos detergentes e até água do cano.
A suspeita de que possa ser algo resultante da última refeição – almôndegas com arroz branco – antes do início dos sintomas, reforçam-se com pequenos detalhes.
Por um lado, naquela quinta-feira a criança de sete anos apenas jantou com a família. Ao almoço não estava. Por isso, em comum com os pais e irmão apenas comeu as almôndegas com o arroz branco.
Por outro lado, na noite em que comeram as almôndegas, uma amiga da escola da criança de 7 anos foi lá dormir a casa. Mas foi já jantada e não ficou com qualquer problema de saúde.
Sintomas começaram na quinta-feira pela noite dentro
Os sintomas, explica Amândio Martins, começaram na quinta-feira, pela noite dentro, com vómitos e fraqueza. Na sexta-feira, os quatro continuaram indispostos, mas mantiveram-se em casa. Só no sábado de manhã quando não conseguiam controlar a situação, em especial a do André, de sete anos, o pai decidiu levá-lo ao hospital pediátrico de Coimbra.
A criança foi internada e o pai ficou também a soro. A mãe e o outro filho juntaram-se a eles no hospital pediátrico, onde foram também colocados em observação. Os dois adultos acabaram por ser transferidos para o Hospital de Coimbra – para onde mais tarde iria também o filho mais novo que estava em estado mais grave e que acabou por falecer. Entretanto Rudolfo Martins e o filho mais velho tiveram alta. A mulher, de 48 anos, ainda continua internada nos cuidados intensivos.
É uma corrida contra o tempo, frisa Amândio, sublinhando que é muito importante descobrir o que está na origem de tudo, até porque pode “atingir mais pessoas”.