Quando o material atrapalha (a propósito da bronca na Youth League)

24 fev 2016, 10:09
Chelsea-Valencia Youth League

Bola entra na baliza, mas árbitro não valida (mal) o golo e Valencia é eliminado

É uma decisão que vai fazer correr muita tinta em Espanha. Um desempate na marca das grandes penalidades. Um penalti marcado, a bola a entrar na baliza, o árbitro a considerar que foi falhado.

Aconteceu nesta terça-feira nos oitavos de final da Youth League. Por causa desta penalidade concretizada que não foi validada como golo, o Valencia foi eliminado pelo Chelsea.

Quando Gil protesta com a equipa de arbitragem pela injustiça da não validação do seu penálti, o árbitro suíço Adrian Jacottet (assistido neste jogo por Vital Zobin e Marco Zürcher) ainda conferenciou algum tempo com o seu assistente na linha de golo.

Mas decisão errada tomada em primeira instância foi a que permaneceu. A bola passou a linha de golo, bateu num ferro que une o poste e a base da baliza e foi devolvida para fora. O árbitro considerou que a bola não entrou.

O Valencia não deixou passar a bronca em claro. A equipa espanhola mostrou-se indignada logo em campo, mas, além dos protestos, mais não pôde fazer como primeira reação que demonstrar a incredulidade (especialmente nas redes sociais). Foram vários os elementos ligados os clube – entre os quais portugueses – os que se manifestaram espantados e apoiando os juniores «che».

O clube espanhol também não demorou muito a pronunciar-se de forma oficial emitindo um comunicado em que anuncia a apresentação à UEFA de um protesto escrito «em relação à decisão arbitral do golo anulado».

No texto, a presidente do Valencia, Lay Hoon Chan, mostrou o apoio à equipa e o clube não deixou de «agradecer» ao Chelsea «por ter reconhecido que o penálti anulado entrou na baliza».

Ferros a mais na baliza fizeram a bola sair para fora e o árbitro considerar que aquela não entrou. Um erro que custou uma eliminação. Mas que não foi o primeiro deste género. Às vezes, o material atrapalha e quem decide por último não toma a decisão acertada.

Eis mais alguns casos.

Em 2009, Freddie Sears também viu um golo seu não ser validado em mais um caso de excesso de barras. A bola bate num ferro da base da baliza (na parte de trás) e salta para dentro de campo.

O árbitro considerou que a bola não entrou, decidindo também depois de consultar o seu assistente, e o golo do Crystal Palace contra Bristol City não contou.

O golo fantasma de Stefan Kiessling na Bundesliga 2012/13 ficou muito famoso ao ser marcado numa das ligas de topo da Europa e cuja difusão ganhou dimensão planetária.

O avançado do Bayer Leverkusen – que foi o melhor marcador desse campeonato cabeceou a bola entrando esta na baliza pelo lado exterior da rede. O árbitro do jogo com o Hoffenheim validou o golo.

O próprio Kiessling tem a reação de quem atirou a bola para fora, mas com a validação do golo festeja-o: o que causou muita polémica. O avançado pediu desculpas, mas a vitória (2-1) sobre o Hoffenheim manteve-se.

No jogo entre o Kidderminster e o Wrexham, duas equipas da quinta divisão britânica, a equipa do País de Gales viu-se na situação, como o Valencia, de ter marcado um golo que entrou na baliza, mas não foi validado – logo.

A bola entrou na baliza e saiu por um buraco na rede. A equipa de arbitragem marcou pontapé de baliza. Muitos protestos, como se vê no vídeo, conferências e repensar de decisões depois, o golo acabou por ser contabilizado para o Wrexham – ao contrário do que aconteceu com o Valencia.

Neste jogo de há dois anos entre as equipas sub-18 do Cardiff e do Birmingham, a bola também saiu pela rede furada da baliza depois de ter sido golo. Também houve dúvidas, esclarecimento das mesmas e a decisão tomada foi a acertada: foi golo (em imagem parada, a bola passa atrás do poste).

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