Adepto «herói» do Manchester United devastado por perder lugar anual

24 jun 2022, 14:59
Adepto «herói» do Manchester United devastado por perder lugar anual

Rob Chapman, que tem assento há 28 anos em Old Trafford, falhou o prazo-limite de revalidação do bilhete. Em 2016, salvou outro fã dos «red devils» que teve um ataque cardíaco nos arredores do estádio

Depois de 28 anos com lugar anual em Old Trafford, 16 dos quais no mesmo assento, Rob Chapman, adepto do Manchester United, perdeu a cadeira onde se sentava habitualmente a cada dois fins de semana, por ter falhado o prazo-limite de revalidação do bilhete.

O filho deste adepto dos red devils deu conta da situação nas redes sociais e criticou o clube inglês pela visão empresarial e por não valorizar a lealdade do pai. «Depois de 28 anos como titular de bilhetes de época, 16 nos mesmos assentos, o meu pai de 73 anos falha um prazo e o Manchester United vende os nossos bilhetes sem sequer fazer um telefonema», começou por escrever Robbie.

«Contestou a decisão, mas disseram-nos que ele recebeu um lembrete por e-mail. Sem flexibilidade, sem reconhecimento de 60 anos de fidelidade, apenas um link para o esquema de associação se quisermos ir aos jogos no futuro.»

«Nós os dois estamos devastados. Não é apenas um bilhete para os jogos, é uma comunidade que construímos nos últimos 16 anos. Desenvolvemos amizades duradouras com aqueles que nos rodeiam. Por causa de um erro, o Manchester United tira-nos isso.»

Prova desse sentimento de comunidade em que Rob Chapman já se sentia integrado é um episódio que ocorreu em 2016 e que o filho fez questão de recordar, para deixar bem vincada a importância do lugar que o adepto ocupa em Old Trafford.

Ora, nesse ano, Chris Madden, outro adepto do Manchester United, sentiu uma forte dor no peito nos arredores do estádio e caiu no chão. Rob e o filho, que se encontravam no mesmo local, correram de imediato para o assistir. Os dois ajudaram Chris até à chegada da ambulância e, já no hospital, o adepto teve de ser sujeito a uma intervenção cirúrgica de urgência.

Já recuperado, Chris não descansou até conseguir encontrar os dois heróis de Old Trafford e, mais tarde, os três conheceram-se e conversaram por algum tempo.

«Vi-o com a mão no peito e imediatamente pensei: 'algo não está bem'. Corri até ele e perguntei se estava bem e ele disse que não. Então gritei para o meu pai e ele assumiu. Não é a primeira vez que ele tem de ajudar alguém assim, mas com certeza é o caso mais sério. Quando saímos, depois, o meu pai disse: 'espero que ele esteja bem, mas acho que nunca saberemos'», disse Robbie ao Manchester Evening News na altura.

Já Rob, que é médico reformado, preferiu distribuir os méritos pelos colegas do hospital. «É bom ver o que fiz de bom para garantir que ele ficasse bem. Nunca se sabe o que teria acontecido. Mas todo o reconhecimento deve ir para todos os médicos, enfermeiros e equipa médica que trataram o Chris desde então e o colocaram de pé tão rapidamente.»

O desabafo de Robbie foi colocado nas redes sociais há dois dias e já atingiu milhares de partilhas, além de comentários que criticam a postura do Manchester United, vindos de utilizadores que entendem que os red devils deviam ter mais consideração pelos adeptos que não deixaram o clube para trás quer nos sucessos, quer nos falhanços, que têm sido muitos nos últimos anos. Apesar de os clubes adotarem uma visão empresarial e valorizarem o negócio, será que este pode subsistir sem a fidelidade dos adeptos?

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