Treinador português rejeita findar ligação ao clube brasileiro devido às questões sociais
O treinador português Jorge Jesus garantiu que a violência no Brasil nunca o fará sair do Flamengo. O técnico de 65 anos vincou que só discordâncias no plano desportivo podem ditar uma cisão, nunca as questões sociais que o país atravessa, desde confrontos a inseguranças.
«Eu não quero ser o transmissor de coisas que não vejo. Mas é o que se fala: “mister, não ande com relógio, não ande com colar”. Mas não quero falar disso, porque sinto-me bem. Mas aquilo que se fala lá fora [ndr: do Brasil] é o fim do mundo. Se um dia eu tiver que sair do Flamengo, nunca será por causa disso. Nunca! Porque esses problemas, se existirem, estou lá para combater. Eu não saio, estou lá», garantiu Jesus, em declarações ao Esporte Espetacular, da TV Globo.
«Sou capaz de sair por outras coisas muito, muito, muito mais fáceis. Quem trabalha comigo sabe como eu sou. Eu decido. O clube não é meu, tem um presidente acima, uma administração, mas na equipa sou eu que mando. E quando há qualquer coisa que não é como quero, vou embora», afirmou, ao concluir o raciocínio.
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Desportivamente, Jesus, apesar de já eliminado da Taça do Brasil, levou o clube à atual liderança no Brasileirão e também às meias-finais da Taça dos Libertadores, 35 anos depois. Entre o treino e o jogo, o técnico luso abordou também a vida fora do futebol que leva na América do Sul. Ligeiramente diferente da de Portugal, por não ter os «amigos» perto e pela dimensão geográfica da nação.
«Tenho-me adaptado bem, a minha vida é fácil: centro de treinos e casa. De noite vou jantar, vou para casa. Esta é a minha vida. Também fazia assim em Portugal. Só que lá, nas horas de lazer, encontrava-me com os meus amigos. Aqui é longe, às vezes uma hora, uma hora e meia de carro. Em Portugal, para andar uma hora e meia de carro, chego a Coimbra, a meio do país (risos). Tudo é diferente», comparou.
