Um goleador com pressa de triunfar
A presença da Argentina no Torneio Olímpico de Futebol de Atlanta, no verão de 1996, ficou na memória devido à qualidade e maturidade demonstradas pelos jogadores liderados por Daniel Passarella, incluindo no jogo com Portugal (1-1). Futebolistas como o lateral Javier Zanetti ou o médio defensivo Matias Almeyda encantaram, mas o mais notável era o ataque composto por Ariel Ortega, Cláudio López e... Hernán Crespo, melhor marcador da competição, em igualdade com Bebeto (6 golos). Apesar da derrota na final com a Nigéria (2-3), esses jogadores marcaram uma era e não é por acaso que, dos citados, todos actuam na Europa.
Na altura em que se realizavam esses Jogos Olímpicos Crespo festejava 21 anos e preparava-se já para ingressar no exigente «calcio», deixando para trás um dos gigantes da América do Sul, o River Plate. E concluía também um percurso incrível de três anos como titular, ao lado de Ortega, Gallardo, Almeyda e o uruguaio Francescoli. Tudo entre os 18 e os 21 anos, como se tivesse muita pressa em triunfar, o que se confirmou ao assinar pelo Parma. Foi substituído, no River, por um certo Marcelo Salas...
Bastante alto (1,85 m) e possante, Crespo chegou a Itália e, apesar da juventude, conquistou logo a titularidade indiscutível no Parma, sem precisar de qualquer período de adaptação, até se tornar um símbolo do clube. Sempre com a camisola número nove, Crespo tornou-se num dos melhores marcadores em Itália e fez esquecer o colombiano Asprilla, que tinha saído do Parma em Janeiro de 1996.
Com o seu estilo determinado, remate potente e rápido, eficácia na marcação de grandes penalidades e a natural garra dos futebolistas argentinos, Crespo assemelha-se a Batistuta, incluindo no facto de ter ganho raízes num clube algo adiado.
Ligado à multinacional Parmalat, o clube «azul-e-amarelo» mantém-se quase sempre nos primeiros lugares do campeonato e vai alcançando sucessos em competições a eliminar, mas falha o objectivo «scudetto». Por isso, não era de estranhar que Crespo afirmasse sentir-se muito bem em Parma, mas fosse repetindo que «no futebol nunca se sabe bem o futuro».
E o mais curioso foi quando acrescentou que em miúdo seguia a carreira do Nápoles, por causa de Maradona, mas que também sentia alguma admiração pelo... Milan. Afinal, o seu futuro é na Lazio, para já.
Data de nascimento: 5 de Julho de 1975
Local de nascimento: Florida (Província de Buenos Aires, Argentina)
Posição: Avançado
Percurso: Produto da fabulosa escola do River Plate, que produziu diversos «génios» nos anos 90, Crespo representou a equipa sénior deste clube entre os 18 e 21 anos (1993/94 a 1995/96), com 24 tentos em 62 jogos no campeonato. Fez o primeiro jogo como senior ante o Newell¿s (4-1), a 7 de Novembro de 1993, e obteve o primeiro tento a 4 de Março de 1994, num River Plate-Mandiyú (5-3), ao marcar o 1-0 (8 m). Nos últimos quatro anos actuou no Parma e, até ao final da época 1999/2000, já obteve 62 golos em 116 encontros na I Divisão italiana.
Títulos: Campeão argentino em 1993/94 (Torneio Abertura) e 1994/95 (Torneio Abertura), vencedor da Taça Libertadores de 1996, sempre com o River Plate. Vencedor da Taça UEFA, em 1998/99, com o Parma ¿ marcou o primeiro golo na vitória sobre o Marselha (3-0), na final. Vencedor da Taça de Itália (1998-99).
