Treinador em entrevista a Gary Neville para o Telegraph
José Mourinho concedeu uma longa entrevista a Gary Neville, antigo jogador inglês, para o jornal Telegraph. O treinador português falou de tudo um pouco e chegou a abordar a lógica em torno da sociedade do conhecimento.«Estamos numa fase de contradições. Muitos dizem que, como o conhecimento está disponível para todos, temos gerações de pessoas bem informadas e preparadas. Eu discordo», frisou, explicando: «Quando o conhecimento está à disposição de todos, algumas pessoas ficam numa zona de conforto. Quando o conhecimento não está à tua disposição, tens de pensar. Tens de ser tu a produzir conhecimento.»
Essa foi uma das passagens interessantes na conversa entre Mourinho e Neville. Mas tudo girou em torno de futebol, como seria de esperar. Começando pela disputa do título inglês na época passada.
«Senti que, durante parte da época passada, o país queria que o Liverpool fosse campeão. Disse aos meus joadores: nós vamos ser os palhaços, eles querem que nós sejamos os palhaços no circo. O circo está aqui e o Liverpool vai ser campeão», recordou Mourinho.
O Chelsea está melhor preparado que na temporada 2013/14, avisa: «No ano passado a minha equipa era instável. Agora melhoramos em termos futebolísticos com jogadores como Diego Costa ou Fabregas. A mentalidade da nossa equipa, a personalidade mudou muito.»
Ainda assim, José Mourinho considera que o Manchester City tem argumentos de peso. «Cinco pontos não é nada. O Manchester City tem tudo, tem mais opções no plantel que qualquer outro. Não há jovens, não há jogadores que para o ano acusem a idade avançada, a não ser Frank Lampard. Estão todos ali entre os 27 e os 31 anos.»
«Se eles mantiverem a sua equipa e nós também, em cinco anos direi que nós estaremos melhor, porque teremos Hazard, Oscar, Willian, Azpilicueta, Zouma, na melhor fase das suas carreiras», acrescentou o treinador.
Gary Neville questionou Mourinho sobre o futuro. Estaria o português disposto a assinar um novo contrato por mais seis temporadas, por exemplo?
«Assinaria já, é isso que eu quero. Penso que ganhei o direito a ficar no Chelsea e no futebol inglês, mas o clube não é meu e portanto dependo do clube e dos resultados», concluiu o técnico.