Trata-se de um crescimento de 66% na comparação com 2021. Apesar do volume de investimento, duas em cada três campanhas não obtiveram um ROI positivo (68%)
O investimento direto em publicidade com influencers alcançou a barreira dos 20 milhões de euros em Portugal no último ano. Trata-se, para dar uma ordem de grandeza em relação à apetência por esta forma de comunicação, de um crescimento de 66% na comparação com 2021.
Apesar do volume de investimento, duas em cada três campanhas com influencers não obtiveram um ROI positivo (68%).
Estas três das conclusões do estudo quantitativo elaborado pela Human To Human (H2H) – agência de influencer marketing espanhola que está a chegar ao mercado local – e pela Primetag sobre influencer marketing em Portugal.
Para este ano, prossegue o estudo, as estimativas apontam para que o marketing de influência atinja um investimento na ordem dos 25 milhões de euros.
“Este é um crescimento muito rápido se comparado com a média de crescimento de Espanha, de 22,80% (fonte: IAB & PWC) e de um mercado maduro como os Estados Unidos, de 27,80% (fonte: eMarketer)”, compara o documento.
Trabalhando com o número “100% real do total de criadores de conteúdos que existem em Portugal, bem como o total de publicações em diferentes formatos, tanto em Instagram como TikTok”, as duas entidades concluíram que o Instagram demorou 12 anos para reunir 15 mil influencers, enquanto o TikTok, em seis anos, alcançou 12 mil (80% dos criadores que estão no Instagram), “sendo assim mais fácil construir grandes comunidades no TikTok”.
No ano de 2022, em Portugal, o IG Story foi o formato mais publicado na plataforma, com nove em cada 10 conteúdos publicados neste formato. “Conclui-se ainda que o formato reels é o tipo de conteúdo com maior crescimento em 2022. Em média, cada influencer publicou 17 reels comparativamente a 53 post foto, neste ano”, prossegue o estudo.
A análise conclui também que o TikTok é uma plataforma em crescimento exponencial em Portugal, sendo já utilizado por cerca de 30% da população portuguesa (3,1 milhões de usuários), e que o formato reels foi o único formato de vídeo que cresceu na plataforma. “A razão que explica esta elevada percentagem de crescimento é o facto deste formato ter sido a resposta do Instagram ao forte crescimento do TikTok”, adianta o documento.
A realização deste estudo marca a entrada da agência no mercado. “Para o crescimento do influencer marketing em Portugal será essencial a profissionalização do setor. A base desta profissionalização é a transparência em todos os âmbitos: tanto para o consumidor, com um código regulador, como para as marcas”, diz citado em comunicado Luis Díaz, diretor-geral para Portugal e Espanha da H2H.
“Temos muita confiança no mercado português, porque começamos agora esta nova etapa, mas já capitalizamos cerca de 5% do investimento total na área, e contamos com a confiança de muitos clientes que também já confiaram na H2H como agência em Portugal. Todos são empresas multinacionais, nas quais o cálculo do ROI é de extrema importância a nível global”, prossegue sobre a aposta em Portugal.
“O influencer marketing é um mercado extremamente emocional, em que as relações muitas vezes estão acima do que são os benefícios económicos e de ROI das empresas. Claramente, hoje em dia, com o crescimento do setor, dizer “‘eu gosto deste influencer‘ já não é suficiente – os dados têm um peso muito maior”, acrescenta Manuel Albuquerque, CEO da Primetag, ferramenta de avaliação, medição e otimização de campanhas de marketing de influência com dados reais.
No último ano, a Primetag monitorizou mais 1.100 campanhas, 7.551.342 euros de influence media e 6.200 influenciadores portugueses em Instagram e Tiktok, trabalhando com marcas e agências como Continente, Calzedonia Group, NOS, Coca-Cola, H2H, Grupo Havas, Dentsu e IPG, concretiza a empresa.