Efeito de base, devido ao aumento de preços dos combustíveis verificado em junho de 2022, continua a contribuir para a redução da inflação
A inflação em Portugal voltou a abrandar em junho, passando de uma taxa homóloga de 4% em maio para 3,4% este mês, segundo a estimativa rápida divulgada esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Trata-se de uma descida de 0,6 pontos percentuais e, a confirmar-se, será a taxa mais baixa desde janeiro de 2022, ou seja, cerca de ano e meio. No entanto, a variação mensal, de maio para junho, foi ligeiramente positiva, em comparação coo o declínio do índice de preços entre abril e maio.
Em maio, o INE tinha justificado o abrandamento do Índice de Preços no Consumidor (IPC) com o chamado efeito de base, por a comparação ser feita com um período de forte aumento de preços em 2022, bem como devido à entrada em vigor do “IVA Zero”, que isentou deste imposto um cabaz com 46 categorias de produtos alimentares essenciais.
Este efeito estatístico voltou a verificar-se em junho, ainda que apenas explique parte da desaceleração. A travagem foi também sentida na inflação subjacente, que compreende o índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos, cujos preços são mais voláteis, ao registar uma variação de 5,2% (5,4% no mês precedente).
Já o índice relativo aos produtos energéticos caiu para -18,8%, comparando com o período em que os preços dos combustíveis dispararam e apontando para uma efetiva descida dos preços, em contraponto com um abrandamento. Já o referente aos produtos alimentares não transformados terá desacelerado para 8,5% (8,9% em maio), indica o INE.
Apesar destas reduções homólogas, é de destacar que, comparativamente com o mês anterior, “a variação do IPC terá sido 0,2% (-0,7% em maio e 0,8% em junho de 2022)”. Registou-se assim uma aceleração da inflação de mês para mês. Quanto à variação média nos últimos doze meses, caiu de 8,2% em maio para 7,8% em junho.
O INE disponibiliza ainda o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), indicador utilizado para a comparação europeia, no qual português terá registado uma variação homóloga de 4,7% (5,4% no mês precedente).
Esta é uma estimativa rápida do INE. Os dados finais vão ser publicados no próximo dia 12 de julho.