Pelo menos oito lusodescendentes estão desaparecidos nos incêndios do Havai. "Não sabemos se estão a salvo"

Nuno Guedes , com Lusa (notícia atualizada às 08:00 de 13 de agosto)
12 ago 2023, 16:39


 

Pelo menos 89 pessoas morreram nos incêndios e há um número indeterminado de desaparecidos

Pelo menos oito lusodescendentes estão desaparecidos nos incêndios do Havai. Vivem em Lahaina, a cidade antiga de Maui, e estão incontactáveis, segundo fonte da comunidade portuguesa.

Segundo informação do Ministério dos Negócios Estrangeiros à CNN Portugal, há cerca de 30 cidadãos nacionais, inscritos no Consulado Geral de São Francisco, com residência no Havai. A comunidade portuguesa, com dupla nacionalidade, estima-se em cerca de 200. Não há, no entanto, pedidos de apoio. Na lista de desaparecidos, já divulgada, há nomes portugueses de famílias lusodescendentes que não são cidadãos nacionais.

A comunidade com herança portuguesa, estimada em cerca de 100 mil pessoas, são descendentes da vaga migratória do final do século XIX e não têm nacionalidade portuguesa. Serão pelo menos 140 mil os descendentes dos mais de 15 mil açorianos e madeirenses que aqui chegaram entre o final do século XIX e o início do século XX para trabalhar nas plantações de açúcar.  

O Ministério dos Negócios Estrangeiros português e o cônsul-honorário já confirmaram que há lusodescendentes que ninguém consegue contactar, apesar dos esforços. 

“Ainda não há serviço telefónico. Mas há internet e mensagens, há alguns membros da comunidade portuguesa lusodescendentes que ainda estão desaparecidos. A comunidade está a tentar contactá-los", disse Tyler dos Santos, cônsul honorário de Portugal, em declarações à Antena 1.

O Governo português está a acompanhar aquilo que se passa no Havai e aguarda que a administração norte-americana publique a lista de vítimas mortais.

Uma associação de descendentes de portugueses não consegue falar com oito residentes de Lahaina. “Temos oito membros que vivem em Lahaina. E não sabemos o que lhes aconteceu. Não sabemos se estão a salvo, não sabemos se estão num abrigo", indicou Audrey Rocha, da Associação de Portugueses no Havai, à Renascença.

Com 12 mil habitantes, Lahaina é hoje uma cidade destruída pelas chamas. O fogo deixou a cidade em cinzas. 

Pelo menos 89 pessoas morreram nos incêndios que atingiram a ilha norte-americana de Maui, no arquipélago do Havai, segundo o mais recente balanço divulgado pelas autoridades locais.

De acordo com as autoridades do condado de Maui, cerca de 1.418 pessoas foram levadas para abrigos.

Os fogos são os mais mortíferos e destruidores dos desastres ocorridos no Havai, desde o tsunami de 1960, que causou a morte a 61 pessoas.

Estes incêndios são mesmo os mais mortais nos EUA desde o de 2018, em Camp Fire, no Estado da Califórnia, que provocou 85 mortos e reduziu a cinzas a cidade de Paradise.

Os riscos da cidade de Lahaina quanto a incêndios eram conhecidos. O plano de mitigação do condado de Maui, atualizado em 2020, identificou Lahaina e outras comunidades na parte ocidental de Maui como tendo frequentes incêndios e um grande número de edifícios em risco de sofrerem estragos pelos fogos.

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