Perseguição às influenciadoras? Tiktoker egípcia condenada a três anos de prisão por tráfico humano

19 abr 2022, 10:58
Haneen Hossam

Haneen Hossam foi acusada de explorar raparigas por dinheiro na plataforma de partilha de vídeos

Uma tiktoker egípcia foi condenada pelo tribunal do Cairo, no Egito, a três anos de prisão, por tráfico humano, depois de ter apresentado recurso da pena de dez anos a que tinha sido condenada em junho do ano passado. De acordo com a BBC, Haneen Hossam, com cerca de 20 anos, foi acusada de explorar raparigas por dinheiro na plataforma de partilha de vídeos.

A jovem nega a acusação que, segundo o jornal, estava ligada a um convite para que os seguidores fossem pagos por fazer vídeos em direto.

Perante a condenação de Haneen, vários ativistas de direitos humanos já afirmaram que a jovem foi processada como parte da repressão feita a influenciadoras nas redes sociais, argumentando que as acusações que Haneen e, pelo menos, outras 11 mulheres com milhões de seguidores foram alvo desde 2020 violam os direitos à privacidade e liberdade de expressão.

@haneenhossamstyle93 دا كان 😣آخر فديو لية ابل ما يقبضو عليا ادعولى ياجماعة 😢😢😓#هرم_مصر #حنين_حسام ♬ الصوت الأصلي - 🌋هرممصر❤️

Estudante na Universidade do Cairo, Haneen Hossam ganhou mais de 900 mil seguidores no TikTok graças aos vídeos onde aparecia a dançar e a cantar. Mas, em 2020, depois de começar a convidar as mulheres a juntarem-se à plataforma de vídeos Likee, onde dizia que podiam ganhar dinheiro se fizessem vídeos em direto, a jovem acabou detida pelas autoridades.

Em julho desse ano, o Tribunal Económico do Cairo condenou Haneen Hossam e Mawada al-Adham, outra jovem em ascenção no TikTok, foram julgadas por "violarem os prícipios e valores familiares", tendo sido condenadas a dois anos de prisão e a uma multa de 14.900 euros.

Em janeiro do ano passado, Haneen acabou absolvida depois de ter apresentado um recurso e foi libertada, No entanto, os procuradores voltaram a acusar a tiktoker, desta vez por tráfico de pessoas e por "usar raparigas em atos contrários aos princípios e valores da sociedade egípcia com o objetivo de obter benefícios materiais".

Em junho do ano passado, Hannen acabaria condenada, à revelia, a 10 anos de prisão, pena da qual recorreu e pela qual voltou a ser julgada esta segunda-feira, tendo sido condenada a três anos de prisão e uma multa de 10 mil euros.

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