Scholz voltou a falar com Putin e pediu cessar-fogo, mas o presidente russo diz que Kiev está a "arrastar" as negociações

Agência Lusa , AG
18 mar 2022, 12:24
Vladimir Putin reunido com Olaf Scholz Foto: EPA

Chanceler alemão quer uma melhoria da situação humanitária e uma solução diplomática, mas o presidente russo afirma que é a Ucrânia quem está a apresentar "propostas irreais"

O chanceler alemão, Olaf Scholz, pediu esta sexta-feira ao presidente russo que decrete rapidamente um cessar-fogo na Ucrânia, numa conversa telefónica que durou quase uma hora, e na qual Vladimir Putin considerou que Kiev está a “arrastar” as negociações sobre o conflito e tem “exigências irrealistas”.

Os dois responsáveis abordaram “a guerra que continua a evoluir na Ucrânia e os esforços para lhe pôr fim”, segundo um comunicado do porta-voz do chanceler alemão, Steffen Hebestreit.

Scholz também pediu a Putin “uma melhoria da situação humanitária” e mostrou-se a favor “de se procurar uma solução diplomática para o conflito”, acrescentou o porta-voz.

O presidente russo acusou, no entanto, a Ucrânia de “estar a arrastar” as negociações para uma solução do conflito e considerou que Kiev tem “exigências irrealistas” para a retirada da Rússia.

“Foi notado que o regime de Kiev está a tentar, por todos os meios, arrastar o processo de negociação, apresentando novas propostas irreais”, disse a presidência russa (Kremlin) num comunicado que visou resumir as declarações de Vladimir Putin a Olaf Scholz.

Quase em simultâneo, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, tinha o mesmo discurso de Vladimir Putin, afirmando que a Rússia estava pronta para negociações, mas que a Ucrânia parecia não demonstrar a mesma disponibilidade.

A última conversa telefónica entre os dois responsáveis aconteceu a 11 de março e contou também com a participação do presidente francês, Emmanuel Macron.

Nessa altura, Putin acusou as forças “nacionalistas” ucranianas de violar o direito internacional humanitário nas áreas de hostilidades na Ucrânia após a ofensiva russa.

O presidente russo pediu então aos dois líderes europeus que convencessem as forças “nacionalistas” a deixarem de violar o direito internacional humanitário, de acordo com a versão da conversa divulgada num comunicado do Kremlin.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia.

Embora admitindo que “os números reais são consideravelmente mais elevados”, a ONU confirmou, até à data, pelo menos 780 mortos e 1.252 feridos entre a população civil, incluindo várias dezenas de crianças, na sequência da ofensiva militar russa.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, e muitos países e organizações impuseram à Rússia sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

Relacionados

Europa

Mais Europa

Patrocinados