Apesar do executivo liderado por Joe Biden não descartar a exclusão, essa hipótese não estará a ser seriamente ponderada. Impacto da exclusão nas trocas energéticas, ao abrigo das atuais sanções, é o motivo
Alguns dos maiores bancos norte-americanos alertaram o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre os perigos de expulsar a Rússia do sistema de troca de informação financeira SWIFT, destacando as consequências negativas globais.
De acordo com a agência de informação financeira Bloomberg, que cita fontes financeiras, alguns dos principais bancos dos Estados Unidos da América (EUA), como o JPMorgan Chase e o Citigroup, avisaram o Presidente de que a retirada da Rússia deste sistema financeiro por onde passa a esmagadora maioria das transações bancárias internacionais, transmitindo 42 milhões de mensagens por dia, pode ter implicações contraproducentes.
Entre os efeitos negativos estão um aumento da inflação, a facilitação da aproximação da Rússia à China e o bloqueio de informação no Ocidente sobre as transações financeiras russas, além da possibilidade de encorajar a criação de um sistema alternativo que pode eventualmente prejudicar a supremacia do dólar no sistema financeiro internacional.
Segundo a Bloomberg, o governo norte-americano não descarta essa possibilidade, mas não está seriamente a ponderar tirar a Rússia da SWIFT, uma vez que isso isolaria completamente o país, incluindo as trocas energéticas que são permitidas ao abrigo das sanções atuais, e poderia ter mais ramificações, podendo causar uma crise energética na Europa e ameaçando o rendimento de muitos cidadãos russos.
Apelos à Alemanha e Hungria
O Presidente ucraniano apelou este sábado à Alemanha e à Hungria para terem "coragem" de aprovarem a exclusão da Rússia do sistema interbancário SWIFT, medida analisada pela UE em reação à invasão russa da Ucrânia. Berlim e Budapeste estão, no entanto, reticentes em relação a este passo.
"Quase todos os países da UE se pronunciaram já pela exclusão da Rússia do SWIFT", afirmou Zelensky numa mensagem de vídeo. "Espero que a Alemanha e a Hungria encontrem coragem para apoiar esta decisão", sublinhou.
Até agora, apenas um país, o Irão, em 2012, foi excluído, uma iniciativa que fez parte das medidas contra o seu programa nuclear.