Militares encontram corpos torturados após retirada dos arredores de Kiev

Agência Lusa , HCL
3 abr 2022, 16:51
O Antonov An-225 Mriya, ou "Sonho" (Lusa/EPA/OLEKSANDR RATUSHNIAK)

Algumas pessoas foram amarradas e baleadas na cabeça e os corpos mostram sinais de tortura, referiu Arestovych, notando que existem relatos de violações

As tropas da Ucrânia encontraram corpos com sinais de tortura, mãos atadas e ferimentos de bala, após os soldados russos terem saído dos arredores de Kiev, indicaram este domingo as autoridades. Citadas pela agência Associated Press (AP), as autoridades revelaram estar a documentar as evidências dos alegados crimes de guerra.

O conselheiro do Presidente ucraniano Oleksiy Arestovych disse que dezenas de moradores foram encontrados mortos nas ruas de Busha e nos subúrbios de Kiev, no que classificou como uma “cena de um filme de terror”.

Algumas pessoas foram amarradas e baleadas na cabeça e os corpos mostram sinais de tortura, referiu Arestovych, notando que existem relatos de violações.

“O que aconteceu em Busha e noutros subúrbios de Kiev só pode ser descrito como um genocídio”, considerou o presidente da Câmara de Kiev, Vitali Klitschko, em declarações ao jornal alemão Bild, apelando ao fim das importações de gás russo.

Para o governante, “nem um centavo” deveria ser dado à Rússia, uma vez que esse dinheiro servirá para financiar um massacre.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, por sua vez, já tinha pedido o reforço das sanções contra Moscovo, como o fim da importação de energia.

“O massacre em Busha foi deliberado […]. Os russos pretendem eliminar o maior número possível de ucranianos”, apontou, através de uma publicação na rede social Twitter.

No mesmo sentido, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, condenou “as atrocidades cometidas pelo exército russo” e prometeu que a União Europeia (UE) vai aplicar mais sanções àquele país.

Os ministros das Relações Externas da França, Alemanha, Itália e Reino Unido também se insurgiram contra os ataques, garantindo que a Rússia vai ser responsabilizada.

“Não vamos permitir que a Rússia encubra o seu envolvimento nessas atrocidades, através da desinformação, e garantimos que essa realidade vai ser exposta”, disse a secretária das Relações Externas do Reino Unido, Liz Truss.

Em Mariupol, cidade portuária localizada junto ao Mar de Azov, que se tornou alvo das tropas russas na Ucrânia devido à sua posição estratégica, estima-se que cerca de 100.000 civis estejam presos e com acesso limitado aos cuidados básicos.

A Cruz Vermelha disse esperar que uma equipa de nove funcionários e três veículos chegue hoje a Mariupol, ressalvando que “a situação no terreno é muito volátil”.

De acordo com as autoridades, a Rússia concordou com a criação de corredores seguros na cidade, embora já tenha quebrado acordos semelhantes.

Europa

Mais Europa

Patrocinados