Grávida retirada de maca no ataque à maternidade de Mariupol não sobreviveu

14 mar 2022, 07:15

O bebé ainda nasceu de cesariana, mas "sem sinais de vida"

A grávida retirada de maca no ataque à maternidade de Mariupol, a 9 de março, não sobreviveu. As equipas médicas ainda tentaram salvar o bebé, mas sem sucesso. A notícia foi avançada pela Associated Press (AP).

A jovem, que tinha sido atingida no abdómen, foi transportada para outro hospital onde os médicos fizeram de tudo para a manter viva. Mas, e de acordo com o relato destes profissionais, quando a jovem percebeu que estava a perder o filho, pediu que a deixassem morrer.

O cirurgião Timur Marin explicou, à AP, que o bebé nasceu por cesariana, mas não mostrou "sinais de vida” e, por essa razão, a equipa médica focou-se na mãe.

"Mais de 30 minutos de trabalhos de reanimação na mãe não tiveram resultados. Ambos morreram", afirmou.

No dia do ataque, o marido e o pai desta mulher acabaram por aparecer no hospital e levaram o corpo para que este não acabasse enrolado e atirado numa vala comum, como tem acontecido com tantas outras vítimas. 

A fotografia desta jovem grávida, e ferida, a ser retirada dos escombros, circulou pelo mundo e tornou-se numa das imagens mais simbólicas e dolorosas divulgadas ao longo desta guerra que vai já no 19.º dia. 

Acusados de terem cometido mais um crime de guerra, as tropas russas alegaram que a maternidade já não era mais uma maternidade, porque tinha sido tomadas por extremistas ucranianos para usarem como base. Lá dentro, garantiram, não existiam nem médicos, nem pacientes. O embaixador da Rússia nas Nações Unidas disse ainda que as imagens era "notícias falsas" e que aquelas pessoas não passavam de atores com sangue falso. 

As Nações Unidas disseram, na última quinta-feira, que a maternidade do hospital pediátrico de Mariupol, no leste da Ucrânia, não foi a única a ser alvo de bombardeamentos russos, tendo sido também destruídas maternidades nas cidades de Zhytomyr e Kharkiv.

A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 564 mortos e mais de 982 feridos entre a população civil e provocou a fuga de cerca de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, e muitos países e organizações impuseram sanções à Rússia que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.

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