Exportações turcas de bens sensíveis para a Rússia e países intermediários disparam. Europa e EUA não estão contentes

27 nov 2023, 11:34
Encontro entre o presidente da Rússia Vladimir Putin e o presidente da Turquia Recep Tayyip Erdogan (Associated Press)

As relações entre Ancara e o Ocidente vivem tempos conturbados

O Financial Times noticia esta segunda-feira que as exportações da Turquia para a Rússia de bens que podem ser utilizados para alimentar a máquina de guerra russa dispararam este ano.

De acordo com o jornal, que analisou uma lista de 45 bens considerados pelos EUA como “altamente prioritários” para a Rússia, como microchips, as exportações desses bens da Turquia para a Rússia e países considerados intermediários – Azerbaijão, Geórgia, Cazaquistão, Quirguistão e Uzbequistão – atingiram 144 milhões de euros de janeiro a setembro deste ano, um aumento face à média anual de 25,5 milhões de euros registada entre 2015 e 2021.

Paralelamente, a exportação de bens prioritários de países do G7 para a Turquia aumentou 60% nos primeiros nove meses de 2023 quando comparado com os mesmos períodos entre 2015 e 2021.

Os dados publicados surgem numa altura de particular tensão entre a Turquia e os aliados ocidentais. Ancara quer comprar milhares de milhões de dólares em caças F-16 aos Estados Unidos, e os Estados-membros da NATO estão a pressionar o governo de Recep Tayyip Erdogan a acelerar o ‘sim’ da Turquia à entrada da Suécia na organização.

A situação já fez soar os alarmes em Washington D.C.; Brian Nelson, subsecretário de Estado para o terrorismo e intelligence financeira, vai visitar Istambul e Ancara esta semana, diz o jornal, naquela que é a sua segunda viagem à Turquia este ano.

Durante a estadia, Nelson vai discutir com os responsáveis turcos "esforços para impedir, perturbar e investigar atividades comerciais e financeiras que beneficiem o esforço russo na sua guerra contra a Ucrânia".

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