opinião
Diretor Geral do JRS Portugal e Coordenador da PAR| Plataforma de Apoio aos Refugiados

De braços e coração abertos aos refugiados ucranianos

25 fev 2022, 14:00

Num dia marcado pela guerra e pela escalada de violência na Ucrânia, importa pensar como é que todos nós poderemos contribuir para salvar o máximo de vidas possível.

Infelizmente sabemos que onde persistem conflitos armados, atos de violência e violações de direitos humanos, persistirão também movimentos migratórios de quem foge do seu país para procurar proteção internacional noutro país.

É, por isso, essencial que todos nós apoiemos o governo português a acolher os mais vulneráveis, aqueles que fogem para proteger a sua vida e a sua família. Portugal, uma vez mais, mostrou-se do lado certo da História ao anunciar a decisão de flexibilizar a emissão de vistos a cidadãos ucranianos que pretendam procurar proteção internacional em Portugal. Uma decisão, que em nosso entender, reforça os valores solidários, portugueses e europeus, que fazem parte da nossa génese.

Todos podem ter um papel ativo na resposta portuguesa de assistência aos cidadãos ucranianos: associações, empresas, paróquias, municípios, pessoas que a título individual, grupos de amigos, todos podem ajudar a encontrar uma casa e uma vida digna para as famílias que fogem da guerra. É nosso dever, enquanto sociedade, estar ao lado do governo e salvar o máximo de pessoas que conseguirmos. 

Por outro lado, a União Europeia deve, urgentemente, apoiar os estados-membros na definição de uma estratégia comum de acolhimento. Esse processo deve, na nossa opinião, ser rápido de forma a responder adequadamente à situação de emergência humanitária. É absolutamente fundamental, por um lado, a criação de vistos humanitários e corredores migratórios que ajudem as pessoas a fugir do país. Em segundo lugar, é fundamental que apoie os estados-membros definindo uma estratégia de reforço da capacidade de acolhimento, acautelando o previsível aumento dos pedidos de auxílio de cidadãos ucranianos.

Não podemos ficar indiferentes: é tempo de mostrarmos a nossa solidariedade para com o sofrimento do povo ucraniano e prepararmo-nos para os receber, de braços e coração abertos.

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