Alemanha quer ter sistema de defesa antimísseis face à "ameaça russa"

Agência Lusa , BMA
27 mar 2022, 13:01

Sistema israelita Arrow 3 é visto como "uma boa solução”, dado que se destina a intercetar mísseis de longo alcance. Escudo deverá mesmo ser suficiente para cobrir também a Polónia, a Roménia e os países bálticos

O governo alemão está a ponderar adquirir um sistema israelita de defesa antimísseis, na sequência da invasão russa da Ucrânia, revelou este domingo a presidente do Comité de Defesa do parlamento.

"Dada a ameaça e os vários sistemas de armas de que dispõe a Rússia, é claro que devemos estar interessados, é lógico", declarou Marie-Agnes Strack-Zimmermann ao jornal Welt.

Segundo Marie-Agnes Strack-Zimmermann, “existem diferentes opções, especialmente porque este escudo foi construído para um míssil muito específico, disparado em altitude muito alta, que chega do espaço e que um sistema de defesa convencional não pode ajudar”.

“Portanto, é importante tratarmos disso o mais rapidamente possível", acrescentou a responsável do Partido Liberal, que integra a coligação governamental.

Para a presidente do Comité de Defesa, que se vai deslocar a Israel, este processo deve ser “muito rápido, mas também deve ser discutido com muita seriedade".

A decisão ainda não foi tomada, mas o Partido Social-Democrata, do chanceler Olaf Scholz, principal partido da coligação governamental, é a favor, noticiou hoje o jornal alemão Bild, citado pela AFP.

"Precisamos de nos proteger melhor contra a ameaça russa. Para isso, precisamos rapidamente de um escudo antimísseis à escala da Alemanha ", disse ao jornal o relator do parlamento para o orçamento de defesa, Andreas Schwarz.

Segundo Andreas Schwarz, “o sistema israelita Arrow 3 é uma boa solução”, dado que se destina a intercetar mísseis de longo alcance.

O jornal adianta que o sistema tem um custo de cerca de dois mil milhões de euros e poderá estar operacional já em 2025, a partir de três locais na Alemanha.

O escudo de defesa antimísseis deverá mesmo ser suficiente para cobrir também a Polónia, a Roménia e os países bálticos.

“Desempenharíamos, assim, um papel fundamental para a segurança da Europa", assinalou ainda Andreas Schwarz.

Após anos de subinvestimento na Defesa, a Alemanha deu uma volte-face histórico no final de fevereiro, na sequência da invasão da Ucrânia pelo exército russo.

Em 27 de fevereiro, poucos dias após o início da ofensiva russa, Olaf Scholz anunciou um envelope financeiro excecional de 100 mil milhões de euros para modernizar o exército e o objetivo de ultrapassar 2% das despesas militares no Produto Interno Bruto. 

Relacionados

Europa

Mais Europa

Patrocinados