Blinken diz que violência sexual cometida pelo Hamas em Israel vai “além de tudo o que já tinha visto”

11 dez 2023, 11:01
Antony Blinken (AP)

Hamas nega qualquer crime de índole sexual. Israel está a juntar provas e já as apresentou à ONU

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, disse ter ficado chocado com a violência cometida pelos combatentes do Hamas durante os ataques de 7 de outubro, em Israel, e criticou todos aqueles que ainda não condenaram veementemente e publicamente estes crimes.

“As atrocidades que vimos a 7 de outubro estão para além da descrição humana ou da nossa capacidade de digerir. Já falámos sobre isso antes, mas a violência sexual que vimos a 7 de outubro está para além de tudo que já vi”, disse Antony Blinken no programa “Estado da União” da CNN Internacional.

Blinken louva que estes crimes estejam agora a ganhar destaque mediático, mas refere que não entende como há “países, líderes mundiais e organizações internacionais que demoraram tanto a concentrarem-se nisto, a chamar a atenção das pessoas para este assunto”.

Na semana passada, as Nações Unidas ouviram testemunhos sobre acusações de violência sexual e de género contra o Hamas, num painel organizado por Israel na sede da ONU, em Nova Iorque. Ainda assim, vários oradores, como a ONU Mulheres, acusaram as próprias Nações Unidas de terem sido demasiado lentas a condenar estes crimes de índole sexual.

Violadas, torturadas, mutiladas e, por fim, mortas

Desde 7 de outubro que os casos de violência sexual têm sido denunciados por Telavive, com as autoridades israelitas a garantirem que têm estado a interrogar suspeitos e a compilar provas com vídeos, análises forenses e depoimentos de testemunhas. Estes relatos afirmam que mulheres, jovens e até crianças do sexo feminino, foram abusadas sexualmente, torturadas e mortas pelos combatentes do Hamas.

A CNN Internacional alerta que não conseguiu verificar a veracidade destas alegações de forma independente até ao momento. No entanto, relembra que vários socorristas que estiveram nos locais dos ataques relataram à CNN que as violações foram “extremamente horríveis” e que várias vítimas do sexo feminino foram encontradas nuas.

Desde os primeiros momentos após os ataques que o Hamas tem vindo a negar que as alegadas violações bárbaras tenham sido cometidas pelos seus apoiantes. Na semana passada, no canal de Telegram, o grupo disse que estas alegações nada mais são do que “uma coordenação de alguns meios de comunicação ocidentais com campanhas sionistas que promovem mentiras infundadas e afirmações destinadas a demonizar a resistência palestiniana”.

A tese do Hamas foi refutada pelos participantes na reunião da ONU, onde foram mostradas evidências de violações através de imagens dos corpos, vídeos de depoimentos de elementos do Hamas sob interrogatório, testemunhos de polícias israelitas e pessoas que assistiram aos ataques de 7 de outubro. Os responsáveis pela preparação dos corpos antes dos cerimónias fúnebres descreveram que os combatentes do Hamas violaram algumas das vítimas e, propositadamente, dispararam ou mutilaram a genitália destas mulheres.

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