Enfermeiros, mulheres com hijabs e médicos a empurrarem cadeiras de rodas circulam dentro de um hospital na Cisjordânia. Subitamente sacam de armas: eram soldados de Israel

30 jan, 16:58

Ministro israelita veio congratular uma "operação bem-sucedida das forças especiais". Autoridade Palestiniana pede proteção às unidades de saúde

Vestidos de civis e de profissionais de saúde. Foi assim que vários soldados das forças especiais de Israel entraram num hospital da cidade de Jenin, na Cisjordânia, onde mataram três palestinianos.

Imagens de videovigilância obtidas partilhadas nas redes sociais e confirmadas pela CNN mostram combatentes disfarçados de enfermeiros, mulheres com hijabs (tradicional véu islâmico) ou até médicos a empurrarem cadeiras de rodas.

Pouco depois todos eles sacam de armas para começarem um raide àquele hospital, onde as Forças de Defesa de Israel (IDF) afirmam que estavam terroristas ligados ao Hamas e à Jihad Islâmica.

Apesar da polémica, um ministro israelita já veio mesmo elogiar a operação. Itamar Ben-Gvir, ministro da Segurança Nacional e um dos governantes da ala mais conservadora, escreveu na rede social X que a operação da Shin Bet “levou à eliminação de três terroristas”.

“Congratulo e reforço as forças de comando naval da polícia israelita e a impressionante operação em cooperação com as IDF e o Shin Bet no campo de refugiados de Jenin, que levou à eliminação de três terroristas”, escreveu, numa publicação que foi acompanhada pelo vídeo em questão.

A agência de notícias WAFA refere que os soldados “infiltraram-se individualmente, dirigiram-se ao terceiro andar e mataram jovens”.

Já as IDF garantem que este foi um ataque que teve como alvo Mohammed Jalamneh, um combatente do Hamas que o exército israelita acredita que estava “envolvido na campanha recente de promoção do terrorismo e se escondia no hospital Ibn Sina, em Jenin”.

As forças israelitas confirmaram também a morte de Mohammed Al-Ghazawi e de Basel Al-Ghazawi, dois irmãos que terão estado envolvidos em vários ataques contra as IDF, nomeadamente ao serviço da Jihad Islâmica.

Já as brigadas Al-Qassam confirmaram que Mohammed Jalamneh era membro do Hamas, tendo partilhado uma fotografia do homem, que foi “martirizado por balas da força especial do exército ocupante que se infiltraram no hospital Ibn Sina, em Jenin”.

O hospital Ibn Sina indicou que um dos mortos, Basil Al-Ghazawi, estava a receber tratamento para ferimentos provocados pela explosão de um foguete no cemitério de Jenin, num caso que remonta a outubro.

O Ministério da Saúde da Autoridade Palestiniana veio condenar o ataque, pedindo à ONU e a organizações não-governamentais que forneçam a proteção necessária aos cuidados médicos na Faixa de Gaza.

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