Portugal desaconselha viagens e sugere que quem esteja na Ucrânia pondere “sair temporariamente”

Agência Lusa , AM
12 fev 2022, 15:42

Consulado e a embaixada na Ucrânia estão a recomendar aos cerca de 240 portugueses que aí residem que abandonem o país temporariamente, caso não tenham razões essenciais para ficar

O ministro dos Negócios Estrangeiros disse ainda que Portugal não recomenda viagens à Ucrânia e que os serviços consulares sugerem aos portugueses que lá residem que deixem temporariamente o país, se não tiverem de permanecer por razões essenciais.

 "Em primeiro lugar, recomendamos vivamente que nenhum português que não precise de se deslocar à Ucrânia agora por razões estritamente indispensáveis, que não o faça. Recomendamos que não se realizem viagens à Ucrânia, a não ser aquelas estritamente essenciais", afirmou o ministro em declarações aos jornalistas.

Augusto Santos Silva falou a partir de Paris, onde está em deslocação oficial, afirmando ainda que o consulado e a embaixada na Ucrânia estão a recomendar aos cerca de 240 portugueses que aí residem que abandonem o país temporariamente, caso não tenham razões essenciais para ficar.

"Quanto aos portugueses que residem na Ucrânia, que são cerca de 240, a Embaixada e secção consular em Kiev estão em contacto permanente com todos eles. Aqueles que não tenham de permanecer por razões essenciais na Ucrânia, que ponderem afastar-se temporariamente desse país", reforçou Augusto Santos Silva.

Depois da recomendação de Augusto Santos Silva, foi publicado um aviso no no Portal das Comunidades Portuguesas, em que se desaconselham as viagens para a Ucrânia que não sejam estritamente essenciais, devido à tensão militar crescente junto às fronteiras com a Rússia, e sugeriu a quem se encontre em território ucraniano que pondere “sair temporariamente do país”.

“Devido à tensão militar crescente junto às fronteiras da Ucrânia, não sendo de excluir um agravamento da situação de segurança, desaconselham-se as viagens para a Ucrânia que não sejam estritamente essenciais”, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Além dessa indicação, sem natureza vinculativa e suscetível de alteração a qualquer momento, o Ministério dos Negócios Estrangeiros aconselhou que os cidadãos que se encontrem atualmente na Ucrânia e “se a sua presença não for absolutamente necessária” ponderem “sair temporariamente do país”.

“Não se recomendam quaisquer viagens para a região do Donbass [no sudeste da Ucrânia] ou para zonas próximas da fronteira com a Federação Russa e com a Bielorrússia”, avisou o Governo português.

Marcelo não se pronuncia

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou em França que a sua posição face à situação na Ucrânia é não se pronunciar em público sobre esta matéria, em qualquer momento, mesmo em Portugal.

Em declarações à comunicação social, em Paris, questionado sobre a notícia de que os Estados Unidos da América preveem que a Rússia inicie um ataque à Ucrânia dentro de dias, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: "Não me vou pronunciar sobre essa matéria".

"É uma matéria em que eu tenho a posição que é não me pronunciar sobre ela, mesmo em Portugal. Porque são questões muito sensíveis. Vejam que não encontram chefes de Estado ou chefes de Governo a fazerem declarações públicas sobre essas matérias, fora de um quadro muito específico, que não é aquele que justifica que eu me pronuncie neste momento", acrescentou.

Interrogado se aconselha os portugueses que estão na Ucrânia a deixarem o país, o chefe de Estado disse: "Eu não aconselho coisa nenhuma sobre essa matéria".

"Portanto, não há pronúncia sobre esta matéria em público, quer neste momento, quer noutro momento, quer aqui nesta situação – que é de um encontro cultural entre Portugal e França – quer porventura noutra situação", reforçou Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República falava aos jornalistas após a inauguração de uma obra do artista plástico português Pedro Cabrita Reis, no âmbito da "Temporada Portugal-França 2022".

Perante a insistência para que comentasse a atual situação na Ucrânia, Marcelo Rebelo de Sousa reiterou a sua opção de não falar em público deste tema: "Já perceberam que eu tenho resistido a pronunciar-me sobre a matéria e estou a resistir a pronunciar-me sobre a matéria, o que quer dizer que entendo que não me devo pronunciar sobre ela".

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