V. Guimarães-Marítimo, 1-1 (destaques)

8 jan 2001, 22:50

A delícia de Porfírio

Porfírio

Libertado no campo aberto de Guimarães, o avançado criou um verdadeiro túnel de vento na ala direita do ataque dos insulares. A estratégia de Nelo Vingada aspirava tirar parido do contra-ataque para atemorizar uma equipa em crise de identidade e Porfírio voou, praticamente imparável. E chegou sem aviso a «casa» de Geraldo, que continua a tentar abraçar a lacuna no lado esquerdo da defesa. Poucos instantes depois do Vitória ter iniciado o jogo e de ter perdido a primeira bola, Joel lançou Porfírio na flanco, que não teve grande dificuldade em dar o «nó cego» a William, passando do pé direito para o esquerdo e rematando para o fundo da baliza. O terror nunca mais desapareceu e o avançado foi espalhando o pânico por todo o lado, até à entrada de Lagorio. 

Joel

A consistência organização do jogo maritimísta explica-se facilmente pela qualidade do seu meio-campo, onde Joel acaba por sobressair, apesar de ser o jogador menos vistoso. Madeirense de gema, Joel afirma-se num grupo constituído por Paulo Sérgio, Bruno e Iliev, jogadores mais experientes. Destrói o jogo do adversário com relativa facilidade e utiliza a boa visão de jogo para potenciar o ataque. Muito para além da assistência para o golo do Porfírio, o madeirense marcou presença nos melhores momentos e a verdade é que quando o treinador o substituiu por Lino a equipa perdeu superioridade e teve momentos em que deixou o Vitória ganhar muitas bolas, principalmente a meio-campo. É um excelente exemplo da aposta em jogadores portugueses. 

William

Considerado «velhinho», mesmo dentro do balneário, o experiente defesa-central oferece alguma tranquilidade e qualidade ao reduto mais recuado dos vimaranenses. O toque de bola é suave e diferente dos demais, mas as pernas não permitem grande velocidades. Mesmo assim, William merece ocupar um lugar na defesa vimaranense, por falta de algo que ofereça maiores garantias. 

Tomic

A ansiedade alastra-se a todos os elementos da equipa de Álvaro Magalhães, dificultando-lhes o raciocínio mais simples. Passes errados, bolas perdidas e muitos abanar de cabeça em sinal de desilusão. Solidário com os colegas, o guarda-redes Tomic deixou que a bola lhe fugisse algumas vezes, mas foi o primeiro a acertar, estando no sítio certo quando o adversário começou a tentar o golo de fora da área. Duas grandes defesas foram essenciais para transmitir alguma confiança à equipa e, pelo menos, para evitar a derrota.

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