Foi bom matar saudades de Abílio... A maestria de Abílio no comando do meio-campo teve na dupla de centrais um complemento à altura.
Abílio
Não foi assim há tanto tempo que passeou a sua classe pelos relvados da I Liga. Esta quinta-feira, no 1º de Maio, fez com que os espectadores matassem saudades de um dos grandes jogadores da última década do Campeonato português. Marcou um grande golo de livre, com um remate em força e recheado de efeito. Por outro lado, fazendo uso da sua experiência, deu muita calma à equipa, impondo-lhe o ritmo adequado, ora segurando a bola sempre que necessário, ora lançando contra-ataques velozes com excelentes passes bem à sua medida. Motor, dínamo e cérebro deste Leixões, bem merece a ida o Jamor, por tudo o que fez neste jogo e não só.
Sérgio e Nuno Silva
O primeiro regressou a Braga, depois de alguns anos com presença regular no onze arsenalista e não podia assinalar esse regresso de melhor forma. A dupla de centrais leixonenses foi fundamental para o sucesso da estratégia de Carlos Carvalhal, porque o Leixões defendeu quase sempre muito atrás. Em conjunto, conseguiram anular por completo Miran, obrigando também Barata a recuar ainda mais, o que criou um fosso na manobra ofensiva da equipa do Sp. Braga. Também eles souberam serenar o Leixões nos momentos-chave, em especial nos últimos minutos, quando o Braga carregou em desespero em busca do 2-2.
Detinho e Antchouet
Estiveram na co-autoria do decisivo segundo golo, com Detinho a roubar a bola a um arsenalista, lançando Antchouet que, depois de uma excelente arrancada deu uma prenda de luxo a Nené. O gabonês Antchouet já tinha marcado antes, num golo bem anulado porque utilizou a mão para dominar a bola e confirmou as referências que o levam a estar na mira de alguns clubes da I Liga, entre eles... o Sp. Braga. Quanto a Detinnho (lembram-se dele, no Campomaiorense?) entrou para o lugar de Pedras e selou uma excelente exibição apontando o terceiro, confirmando os seus atributos de avançado não muito rápido, mas possante e lutador.
Barroso
A larga distância o melhor jogador do Sp. Braga esta noite. Frio e sereno, em contraste com os companheiros, demasiado ansiosos, esteve em quase todos os lances perigosos da equipa. Rematou muito, marcou um golo de livre e mandou ainda uma bola à trave. Foi o único dos bracarenses a merecer mais.
Público
Estiveram três mil do Leixões em Braga, justificando uma afirmação de Abílio, antes do jogo, quando comparou o Leixões ao Benfica do Norte pela facilidade com que arrasta multidões. Chegaram e apresentaram-se de forma desportiva e cordial, mostrando bem o seu amor pela equipa. Aliás, a exemplo do que aconteceu dentro de campo, os estados de espírito das duas equipas foram fielmente traduzidos pelos respectivos adeptos. Os bracarenses, em óbvia vantagem numérica, pareceram também demasiado ansiosos com a perspectiva de um lugar no Jamor, demonstrando pouca paciência no apoio aos seus jogadores quando as coisas começaram a não correr bem.
