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Scolari: conheça o percurso do novo seleccionador nacional

28 nov 2002, 19:07

De defesa central ao comando do «penta» no Mundial 2002 Foi defesa central, mas em clubes de pouca expressão. Como trinador ganhou quase tudo. Falta um Europeu.

Luiz Felipe Scolari, novo seleccionador nacional, fez história no futebol quando levou o Brasil ao pentacampeonato no Mundial 2002. O técnico chegou à equipa canarinha com a difícil tarefa de recuperar uma equipa em descrédito e com a necessidade de mudança. Uma herança demasiado pesada que soube contornar e transformar em glória. O próximo desafio chama-se Portugal.

Quando Felipão chegou ao comando técnico do Brasil sabia que não teria uma tarefa fácil pelos resultados obtidos até então pela selecção canarinha nas últimas competições. Wanderley Luxemburgo, Candinho e Emerson Leão tinham orientado a equipa sem grande sucesso nas eliminatórias para o Mundial 2002.

A qualificação do Brasil para o Campeonato do Mundo do Japão e da Coreia do Sul foi das mais difíceis de obter. A selecção somou três desaires e três vitórias e apenas no último encontro, com a Venezuela (3-0), conseguiu o apuramento. A qualificação não deixava grandes expectativas para o Mundial.

Pelo meio, Scolari mostrou pulso firme ao lutar contra tudo e contra todos e afastar Romário das convocatórias. Enfrentou manifestações de apoio ao «baixinho», esteve perto de ser agredido por adeptos, mas nunca recuou aos princípios que defendia. Romário ficou de fora, Ronaldo foi chamado. O «fenómeno» era visto por muitos como estando debilitado fisicamente, mas Scolari apostou nele e venceu.

Já no Mundial, enquanto grandes selecções abandonavam a região oriental precocemente, casos da França e da Argentina, o Brasil seguiu um caminho triunfal apenas com vitórias na primeira fase. Dali até à final foi um passo. Primeiro a Bélgica nos «oitavos» (2-0), depois a Inglaterra (2-1) nos «quartos», a Turquia nas «meias» (1-0) e, por fim, a Alemanha na final (2-0). Serviço cumprido, Scolari diria que nada mais tinha a fazer na selecção e abandonava o Brasil.

Luiz Felipe Scolari, enquanto jogador, ocupou a posição de defesa central, mas nunca representou um grande clube. Na liderança do Grémio, já como técnico, conquistou uma Taça do Brasil, em 1994, o estadual gaúcho e a Taça Libertadores em 1995. Depois venceu o campeonato gaúcho, o campeonato brasileiro e a Taça das Taças sul-americana, em 1996. Mas foi a Taça dos Libertadores a vitória mais expressiva que obteve enquanto treinador de um clube. Na altura ganhou o troféu, na final, frente ao National Equador (3-1 em casa e 1-1 fora). Jardel, agora jogador do Sporting, foi o melhor marcador da prova, com 11 golos.

Após ter perdido a Taça Intercontinental para o Ajax (3-4, na marcação de grandes penalidades), rumou ao Japão para orientar o Jubilo Iwata, mas voltou ao Brasil para orientar o Palmeiras, em 1997. Neste clube ganhou a sua terceira Taça do Brasil em 1998 e em 1999 bisou na Taça dos Libertadores (perdeu a Taça Intercontinental para o Manchester United por 1-0). No mesmo ano, foi considerado o melhor treinador sul-americano pelo jornal uruguaio El País.

Até à selecção brasileira, passou pelo Cruzeiro, vencendo alguns torneios pelo meio. Tornou-se um herói nacional quando conseguiu o «penta» e abandonou a equipa «canarinha» dizendo que tinha a missão cumprida. E tinha. Agora diz que só lhe falta vencer um Europeu para ficar com o currículo completo. Scolari assumiu a liderança de Portugal. 2004 é o ano das decisões.

Currículo:

Nome: Luiz Felipe Scolari «Felipão».

Data de Nascimento: 09 de Novembro de 1948.

Naturalidade: Passo Fundo.

Nacionalidade: Brasileiro.

 

Percurso:

Como jogador (defesa central):

Percurso: Aimoré (1967 a 1973), Caxias (1973 a 1979), Novo

Hamburgo (1980), Juventude (1980 e 1981) e CSA (1981).

 

Palmarés:

Campeão alagoano, 1 (1981).

 

Como treinador:

Percurso: CSA (1982), Juventude (1983), Pelotas (1984), Al-

Shabab, Ara (1984 e 1985), CSA (1986), Grémio (1987), Al-Qadsia, Kuw

(1988 a 1990), Criciúma (1991), Al-Ahly, Ara (1992), Grémio (1993 a

1996), Jubilo Iwata, Jap (1997), Palmeiras (1997 a 2000), Cruzeiro

(2000 e 2001) e selecção brasileira (12 de Junho de 2001 a 21 de

Agosto de 2002).

 

O percurso na selecção do Brasil e na Taça dos Libertadores:

Época Clube J V E D GOLOS P C

--------------------------------------------------------------

TLÈ95 Grémio 14 7 5 2 29-15 26 1º

TLÈ99 Palmeiras 14 7 2 5 24-18 23 1º

TAÈ01 Brasil 4 2 0 2 5-4 6 QF

MÈ02(q) Brasil (x) 6 3 0 3 9-6 9 3º

2001 Brasil 11 6 0 5 19-10 18 -

MÈ02 Brasil 7 7 0 0 18-4 21 1º

2002 Brasil 15 13 1 1 40-8 40 -

Total Brasil 26 19 1 6 59-18 58 -

(x) - Estreou-se a 01 de Julho de 2001, com uma derrota por 1-

0 com o Uruguai, em Montevideo).

 

Palmarés:

Campeão alagoano, 1 (1982)

Campeão gaúcho, 3 (1987, 1995, 1996)

Taça do Kuwait, 1 (1990)

Taça do Golfo, 1 (1990)

Taça do Brasil, 3 (1991, 94, 98)

Taça dos Libertadores, 2 (1995, 1999)

Finalista na Taça Intercontinental, 2 (1995 e 99)

Campeão brasileiro, 1 (1996)

Taça das Taças sul-americana (JAL), 1 (1996)

Taça Mercosul, 1 (1998)

Treinador sul-americano do ano, 1 (1999)

Torneio Rio-São Paulo, 1 (2000)

Taça Sul-Minas, 1 (2001)

Campeão Mundial, 1 (Coreia/Japão, 2002)

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