FC Porto - Wisla Cracóvia, 3-0 (destaques)

9 nov 2000, 23:40

Pena decisivo e um Drulovic quase perfeito Pena voltou a ser decisivo e apontou dois golos tranquilizadores. Alenitchev fechou a contagem, confirmando que quando joga é quase sempre uma aposta ganha. Voltará para o banco, mesmo assim? Dois elementos cruciais na noite de mais um show jugoslavo: Drulovic. O extremo fez quase tudo bem, merecendo, sem contestação, o título de melhor em campo.

Drulovic

Dedicação e talento. A idade, definitivamente, não pesa no extremo jugoslavo, que continua a assinar exibições dignas de constar no livro dos predestinados. Assistências de sonho, cortes no momento certo, acima de tudo um protagonismo incontornável nas acções ofensivas dos portistas. Drulovic foi decisivo no desbravar do caminho da qualificação portista, ao conduzir, pela esquerda um cruzamento com a qualidade a que nos habituou ¿ a Pena «bastou» encostar a bola para a baliza. Uma grande exibição reconhecida pelos adeptos, que assobiaram ruidosamente a decisão de Fernando Santos de o trocar por Chainho, a cinco minutos do final.  

Pena

Começa a ser repetitivo, mas o ponta-de-lança brasileiro voltou a mostrar que é um jogador completo. Assinou os dois tentos dos azuis e brancos, colaborou na batalha do meio-campo, nunca esquecendo as missões defensivas que, no futebol moderno, também cabem a um avançado. E depois, claro, depois fez a diferença ao apontar os únicos golos de toda a eliminatória: um deles até foi de cabeça, talvez o ponto menos forte do brasileiro.  

Aloísio

Um senhor. Um grande senhor. Lá atrás, a eficácia do brasileiro chegou e sobrou para que Ovchinnikov tivesse uma noite bastante tranquila ¿ e por arrasto, o povo portista em geral. Concentração nos níveis máximos, tempos certos nos cortes e nos alívios, Aloísio mostrou como a experiência pode ser um trunfo decisivo na qualidade de um jogador. Seguro, transmitiu confiança aos colegas da defesa, como que a dizer: «Calma, por aqui tudo controlado». E estava.  

Aposta em Alenitchev

Uma aposta ganha de Fernando Santos. O russo voltou à equipa titular, em detrimento de Chainho, confirmando-se a tendência do treinador portista em colocar de início Alenitchev nos jogos em que o F.C. Porto precisa de imprimir uma toada deliberadamente ofensiva. E a verdade é que o médio justificou a escolha. Apesar de alguns erros de desconcentração (no início da segunda parte pareceu algo alheado), fez um jogo em bom plano: alguns rasgos individuais que criaram perigo e um golo a selar um concludente 3-0. É caso para perguntar: será que Alenitchev vai voltar para o banco?  

Deco

Irreconhecível. Aquele que é, quase sempre, um dos melhores jogadores dos encontros em que participa, esteve esta noite muito longe do brilhantismo a que nos habituou. Passes falhados, desentendimentos com colegas, alguma falta de ritmo. Se é verdade que mesmo os grandes jogadores (como Deco) também têm direito a dias menos bons, a verdade é que Deco tem ainda a desculpa de que precisa de mais alguns jogos até reencontrar a melhor rotina competitiva. 

Kaluzny

Um toque de classe numa equipa demasiado limitada. Já no encontro da primeira mão se tinha percebido que Kaluzny é o jogador mais completo desta equipa polaca. Boa técnica, remate forte, dois atributos que poderiam ter dado ao Wisla o golo de honra quando o polaco assinou um remate potento que bateu no poste. Uma excepção por entre a mediocridade que caracterizou a exibição polaca.

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