António Sousa: «Ser assobiado pode ser bom sinal»

30 nov 2000, 20:33

João Pinto regressa à Luz - testemunhos do passado O treinador do Beira-Mar recorda a primeira vez que pisou o relvado das Antas, com a camisola do Sporting. Para António Sousa, ser assobiado pode significar que «os adeptos gostam de nós e, por isso, manifestam o seu desagrado por ver-nos com a camisola do rival»»

António Sousa protagonizou, com Jaime Pacheco, uma das transferências mais polémicas da década de 80 no futebol português. Figuras de proa do F.C. Porto, trocaram o clube das Antas pelo Sporting, tendo, posteriormente, regressado à colectividade azul e branca, onde foram campeões europeus e mundiais. 

Em conversa com o Maisfutebol, o actual treinador do Beira-Mar confessa que o regresso às Antas com outra camisola «não foi uma situação fácil». Mas relativiza a dificuldade dessa experiência: «O primeiro impacto é sempre mais complicado. Lembro-me que ao entrar para o relvado no primeiro jogo nas Antas pelo Sporting eu e o Jaime fomos alvos de uma grande assobiadela. Foi duro no início, mas acabou por passar, com o decorrer do jogo». 

Sousa tinha 26 anos quando teve que passar por essa situação: «Já tinha algum arcaboiço, muitos jogos em cima, e acabei por ultrapassar esse momento difícil. Tenho a certeza que fiz uma exibição equivalente às outras dessa época. O meu rendimento não foi afectado com os assobios». 

O técnico do conjunto aveirense considera que foi «compreensível» a reacção dos adeptos do F.C. Porto: «O facto de me terem assobiado só mostra que gostavam de mim. É sinal que lhes custou ver-me com outra camisola. Interpretei esses assobios de forma positiva, não o contrário». 

«Alguns vão assobiar João Pinto» 

Na opinião de António Sousa, João Pinto não se vai livrar de alguns assobios no seu regresso à Luz: «Julgo que os adeptos mais fervorosos, e porventura menos racionais, vão assobiá-lo, porque não vão conseguir vê-lo com a camisola do grande rival. Mas tenho a certeza qu o João vai ser forte e vai saber abstrair-se da pressão». 

E será que hoje é diferente jogar na casa da antiga equipa com a camisola do rival, comparado com a altura em António Sousa viveu essa experiência? O técnico aveirense acha que não: «As situações são iguais. Os tempos podem ser diferentes, mas os problemas são os mesmos e a pressão também existe».

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