Hiddink consagrado como o estrangeiro mais importante de sempre da Coreia do Sul

2 jul 2002, 18:22

Parada da selecção pelas ruas de Seoul A selecção desfilou pelas ruas de Seoul, perante centenas de milhar de pessoas.

O treinador holandês Guus Hiddink foi consagrado hoje como o estrangeiro mais importante na História da Coreia do Sul, ao receber do presidente do país um certificado que o torna o primeiro cidadão honorário sul-coreano.

A selecção sul-coreana celebrou esta terça-feira nas ruas de Seoul a conquista do quarto lugar no Campeonato do Mundo de futebol, depois de ter eliminado Portugal, Itália e Espanha. Nas ruas, centenas de milhar de pessoas vitoriaram Hiddink e jogadores, numa manifestação de apoio que se tornou frequente durante e depois dos jogos da Coreia do Sul no Mundial.

O herói do dia foi Hiddink. Apesar do anúncio de que voltaria à Europa para treinar um clube, o treinador holandês teve direito aos maiores cânticos de apoio dos adeptos - incluindo dezenas de milhares de raparigas adolescentes em histeria. Os jogadores da selecção desfilaram num autocarro aberto, mas à frente, numa limusina, seguia o seleccionador, com um cachecol dos Red Devils, a claque coreana, enrolado no braço com que ia acenando à multidão.

O presidente da Federação Sul-Coreana de Futebol, Mong-joon Chung, coroou Hiddink colocando flores à volta do pescoço do treinador, quando a parada se imobilizou na Praça do Município, onde no decorrer do Mundial centenas de milhares de pessoas assistiram aos jogos em ecrãs gigantes.

A comitiva seguiu depois para o palácio de Gyeongbok, onde o presidente Dae-jung Kim fez de Hiddink cidadão honorário, entregando-lhe também a medalha Cheongryong (dragão azul), a mais alta condecoração reservada para pessoas ligadas ao desporto. Os restantes elementos da equipa técnica e os 23 jogadores receberam a medalha Maengho (tigre).

No discurso às massas, Hiddink agradeceu o apoio do público durante todo o Mundial. «Vocês são inesquecíveis. Em meu nome e da equipa, quero agradecer aos milhares de pessoas que aqui estão e aos milhões que nos apoiaram por todo o país. Sem vocês nada teríamos conseguido.»

O holandês reafirmou ainda a ambição de voltar à Europa para treinar um clube, confirmando negociações com o PSV Eindhoven. «Ainda nada está decidido. Não quero trabalhar num escritório, quero estar todos os dias no relvado. O meu próximo desafio será num clube europeu. Há vários clubes interessados, mas para já volto à Holanda na próxima semana.» Segundo a imprensa inglesa, Hiddink é também uma hipótese para substituir David OŽLeary no Leeds United.

De qualquer forma, a fantástica imagem deixada na Coreia do Sul poderá fazer com que o holandês fique ligado à federação. «Gostava de continuar a trabalhar para o desenvolvimento do futebol su-coreano. Estou a falar com a federação para ver como será possível fazê-lo. O período que passei aqui foi muito importante para mim.»

A selecção sul-coreana aponta agora a participação nos Jogos Olímpicos de 2004 e no Campeonato do Mundo de 2006 como os próximos objectivos. Hiddink poderá assumir o cargo de conselheiro técnico, mas para já deixa Seoul com um pouco mais de um milhão de euros no bolso, como prémio pela boa campanha no Mundial.

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