Filipe Oliveira estreou-se pelo Chelsea: «Foram os cinco minutos mais bem gastos da minha vida»

20 set 2002, 00:37

Avançado conta ao Maisfutebol como foi substituir Zola e passar a bola a Jimmy O avançado conta ao Maisfutebol como foi substituir Zola e passar a bola a Jimmy.

Foram apenas cinco minutos (mais dois de descontos), mas valeram muito mais. «Em termos futebolísticos foi muito pobre, mas em termos pessoais foram os cinco minutos mais bem gastos da minha vida.» A frase é de Filipe Oliveira. Aos 18 anos, o jovem avançado formado nas escolas do F.C.Porto estreou-se pela equipa principal do Chelsea no jogo desta quinta-feira da Taça UEFA, com o Viking Stavanger (Noruega), substituindo Zola perto do final.

«Foi uma alegria enorme, ainda por cima por ter entrado para o lugar de quem foi, com aquela gente toda a bater palmas», contou ao Maisfutebol. Filipe Oliveira participou no estágio de pré-época da equipa principal do Chelsea, chegou a actuar e a marcar em alguns encontros de preparação, mas só agora teve direito à primeira oportunidade «ao mais alto nível» em jogos oficiais.

Jogar apenas cinco minutos pode ser ingrato. A principal preocupação do internacional português de sub-19 foi «não complicar» no tempo em que esteve em campo. «Era o meu primeiro jogo oficial e apesar de serem jogadores que conheço e com quem me sinto à vontade havia algum nervosismo lógico. Não entrei com o pensamento de fazer algo de extraordinário, tentei jogar simples, mantendo a bola em poder da equipa.»

Na altura o Chelsea vencia por 2-0 e o cansaço começava a pesar. Também por isso, Filipe Oliveira não teve hipóteses de estar muito em jogo. «Acho que toquei só três vezes na bola. Movimentei-me muito, mas já se notava algum cansaço na equipa. Fiz uma combinação com o Frank Lampard e depois um passe para o Jimmy, que passou a meio metro dele, mas ele pensou que estava fora-de-jogo e não reagiu.»

Apesar das preocupações em manter a bola, o Chelsea acabou por sofrer um golo nos minutos finais, já com Filipe Oliveira em campo, tendo de se deslocar à Noruega com um 2-1 perigoso. «Houve uma perda de bola a meio-campo, a jogada prosseguiu pelo flanco, com um cruzamento para a área, e o ponta-de-lança ganhou no ar ao nosso central e fez golo.»

O resultado não foi animador, mas o jovem português acredita que a equipa londrina tem tudo para seguir na prova. «O treinador não ficou muito contente, sabe que vai ser complicado. O Viking tem o seu valor e mais perigoso se torna a jogar em casa, mas o Chelsea tem qualidade para superar isso. Temos muitos jogadores habituados à pressão.»

Agora que o estigma da estreia foi ultrapassado, Filipe Oliveira espera que as chamadas à equipa principal se repitam. Sabe que é mais fácil jogar na Taça UEFA que no Campeonato inglês, porque na Premier League vão apenas cinco jogadores para o banco, mas acredita que pode convencer Claudio Ranieri. «Pelo que me tenho apercebido, uma boa actuação na equipa B, que é aquela com que normalmente treino e jogo, é um grande passo para treinar e jogar com a principal. Se continuar com as exibições que tenho feito, acredito que o treinador vai dar-me mais oportunidades. Tenho esperança de jogar em todos os jogos, mas não depende de mim. A mim cabe-me trabalhar...»

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