Toni, o «Speedy Gonzalez» do Farense

11 nov 2000, 01:05

Lateral-direito descoberto na III Divisão O Farense descobriu-o no Lusitano de Évora. Toni só apareceu na I Liga à nona jornada, mas depressa deu nas vistas. Antes de defrontar o Benfica, o lateral-direito do Farense fala da chegada ao estrelato.

António Pedro de Brites Lopes. Toni, nome futebolístico. É assim que se chama o novo titular do lado direito da defesa do Farense, que em boa hora foi recrutado ao Lusitano de Évora.  

Nasceu a 23/07/79, em Setúbal, tendo começado a jogar nos Pelezinhos, jogando posteriormente nos juvenis e nos juniores do Vitória de Setúbal. Na última temporada, a primeira como sénior, jogou na III divisão, ao serviço do Lusitano de Évora, tendo então despertado a cobiça do Farense. 

Toni faz da velocidade a sua melhor arma. «Sou um jogador muito rápido, defendo bem, mas também gosto de atacar», apresenta-se. Fez a estreia na I Liga na Amadora, frente ao Estrela, tendo conseguido o «estrelato» nos algarvios, na jornada seguinte, quando se estreou a titular, logo contra o sempre difícil Boavista.  

Festa depois do jogo com o Estrela 

«Já tinha havido uma festa em casa depois do jogo contra o Estrela da Amadora, mas agora, depois do jogo com o Boavista, houve outra festa maior, até porque fui titular e até joguei bem», diz ao Maisfutebol, sobre as sensações «dos dias seguintes». 

Nos dois jogos, foi unanimemente considerado dos melhores da sua equipa. E aprendeu a viver com as manchetes dos jornais. «Senti-me muito feliz. É completamente diferente da III divisão, onde não saímos nos jornais. Jogar na I Liga, ser dos melhores em campo e no dia seguinte todos falarem bem do Toni, é uma sensação muito boa.» 

Começou a jogar à nona jornada, mas não foi por falta de adaptação à nova realidade que atrasou o momento. «A minha adaptação ao Farense até foi muito fácil, e tanto os meus colegas como os treinadores ajudaram-me imenso. Se o treinador não me meteu a jogar antes, se calhar foi porque não lhe dava nessa altura, total confiança».  

Mas, o seu valor acabou por ser reconhecido. «Sinto uma grande satisfação. As coisas têm corrido bem, tanto a mim como à equipa, e estou muito feliz por isso», confessa. 

«Melhorei muito na I Liga» 

A I Liga trouxe a Toni uma evolução «natural». «Melhorei muito em aspectos técnicos e tácticos. É completamente diferente o futebol da I Liga, em que nos exigem mais e obrigatoriamente temos que aprender mais.» 

Para já, os objectivos imediatos do jogador, passam por conseguir o seu espaço na equipa algarvia, e, num tempo mais lato, não esconde o desejo de representar a selecção nacional. «Pretendo afirmar-me como titular do Farense e depois penso representar a selecção nacional, que é o ponto máximo na carreira de um jogador. Além de, obviamente, representar um clube grande.» 

«Não me assusta Sabry» 

Vem aí o Benfica e a revelação do Farense já se está a habituar a grandes duelos. Depois de Duda, possivelmente Sabry: «Não me assusta, porque também treino com grandes jogadores e não tenho medo de enfrentá-los. Não é por ser o Sabry ou qualquer outro que vou ficar com o pé atrás», garante.  

Frente ao Boavista, protagonizou um «duelo supersónico» com Duda. «Foi um duelo engraçado até porque foi o meu jogo de estreia a titular e deu para mostrar o meu valor a muitas pessoas que não sabiam quem era o Toni».  

No próximo domingo, no relvado do Estádio da Luz, as dificuldades serão acrescidas, mas que não lhe tiram o sono. «O Benfica é um adversário difícil e apesar de estar a atravessar uma fase menos boa, ao contrário do Farense, penso que é possível pontuar na Luz», afirma.

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