Bayern- a eficácia dos velhos tempos

22 mai 2001, 18:44

Liga dos Campeões (final)

Por se ter sagrado campeão da Alemanha em 1999/00, o Bayern entrou directamente na primeira fase da Liga dos Campeões (Grupo F). O nível de dificuldade não era muito elevado: PSG (França), Rosenborg (Noruega) e Helsinborg (Suécia). Os bávaros venceram o grupo com 13 pontos. Seguiu-se o PSG, que passou igualmente à segunda fase. 

O Bayern integrou o Grupo C na segunda fase. Arsenal (Inglaterra), Lyon (França) e Spartak de Moscovo (Rússia) eram igualmente candidatos às meias-finais, embora os franceses se apresentassem como os menos cotados. O conjunto orientado por Otmar Hitzfeld termina cinco pontos à frente do Arsenal, que também prossegue na prova. Os alemães começam a acreditar no título europeu. 

Colossos no caminho 

Primeiro, o Manchester nos quartos-de-final. O Bayern tentava a vingança da final da Liga dos Campeões de 1998/99. Uma final que esteve ganha, mas acabou por fugir a poucos minutos do fim, com golos de Solskaer e Sheringham. Em Old Trafford, os bávaros venceram por 1-0 e o passo mais difícil estava dado. No Olímpico de Munique, os bávaros voltaram a ganhar, desta vez por 2-1. A vingança estava cumprida. 

Nas meias-finais, mais um adversário de grande respeito: o Real Madrid. A equipa de Luís Figo tentava alcançar a segunda vitória consecutiva na competição e estava preparada para lutar até ao fim. No Santiago Bernabéu, porém, os bávaros venceram por 1-0, apesar do sufoco criado pelo ataque dos «merengues». E, mais uma vez, bastava gerir o resultado em casa. No Olímpico, Figo ainda marcou, mas os alemães voltaram a vencer. Por 2-1. A passagem à final estava assegurada. 

Em termos futebolísticos, não há grandes diferenças entre este Bayern e o que perdeu a final da Liga dos Campeões para o Manchester United, em 1999 ¿ até porque a estrutura da equipa e o treinador permanecem os mesmos.  

O bom momento de Élber ¿ que ameaça fazer a sua despedida nesta final, afirmando-se farto e desmotivado do futebol alemão ¿ tem sido a principal arma de decisão nos momentos decisivos. Scholl permanece como o elemento mais criativo e imprevisível, com assinalável eficácia nos lances de bola parada ¿ cinco golos ao longo da campanha. O guarda-redes Kahn continua a ser sólido candidato ao título de melhor especialista da actualidade e, passada a era-Matthäus, é Effenberg quem desempenha o papel de líder. O regresso do capitão, ausente na segunda mão das meias finais, com o Real Madrid, compensa, em parte, a ausência forçada do lesionado Jeremies, a grande baixa de Hitzfeld para a cimeira de São Siro. 

A solidez do percurso dos germânicos não deixa dúvidas ¿ apesar do presidente Beckenbauer não ter hesitado em dar um público puxão de orelhas ao grupo de trabalho, depois da humilhante derrota por 0-3 em Lyon. A verdade é que, nos momentos decisivos, a equipa esteve lá, permitindo aos adeptos matar saudades da eficácia made in Germany que dominou o futebol europeu até ao início dos anos 90.

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