Líder do PSD de Lisboa diz que derrota do partido foi a pior em democracia

Agência Lusa , AG
31 jan 2022, 22:31
Ângelo Pereira (Facebook)

Derrota em todos os distritos de Portugal motiva as palavras de Ângelo Pereira

O líder da distrital de Lisboa do PSD considerou esta segunda-feira que o desfecho das legislativas foi “a pior derrota” do partido em 47 anos, louvando Rui Rio por não ceder “às pressões dos jornalistas” e não pedir a demissão. Na prática, Ângelo Pereira diz que esta é a pior derrota em democracia, uma vez que as primeiras eleições livres se realizaram há precisamente 47 anos, em 1975.

“[…] Na minha opinião esta foi a pior derrota eleitoral do PSD em 47 anos de existência. Pela primeira vez na nossa história o PSD não conseguiu ganhar num único círculo eleitoral do Continente”, realçou Ângelo Pereira, citado num comunicado enviado à agência Lusa.

De acordo com o líder da distrital de Lisboa, “é a segunda vez consecutiva em dois anos e meio que, com a mesma estratégia, o PSD perde umas eleições legislativas nacionais, perdendo deputados, e vendo agora o PS alcançar a maioria absoluta.

Revelando “enorme desilusão” e dando uma “palavra de apreço” a Rui Rio, o também vereador do Planeamento de Mobilidade da Câmara Municipal de Lisboa salientou que o “PSD se depara com um quadro político inteiramente novo à sua Direita […] e com consolidação do domínio do PS sobre política e a sociedade”.

“Isto implica repensarmos o nosso funcionamento interno, a nossa abordagem aos problemas nacionais, o nosso modo de fazer política, e sobretudo, refletirmos bem sobre o nosso papel enquanto motor político de qualquer projeto político, social e cultural de poder alternativo ao socialismo”, observou.

Ângelo Pereira indicou ainda que ainda que o partido “precisa de refletir seriamente, com profanidade e em serenidade, com tempo, sobre o seu futuro”.

“Seria legítimo a Rui Rio que se demitisse na noite eleitoral, como o próprio assumiu que com este resultado “não sabia se seria útil ao partido”. Mas com a serenidade que é pedida a um líder, não cedeu às pressões dos jornalistas, não se demitiu, dando assim tempo para que o partido respire fundo e recupere desta noite muito difícil. O PSD precisa de tempo de reflexão antes de discutir rostos ou soluções”, frisou.

De acordo com os resultados provisórios das legislativas de domingo (e que ainda não incluem os quatro deputados eleitos pela emigração), o PSD conseguiu 27,8% dos votos e 71 deputados sozinho, subindo para 76 deputados e cerca de 29% do total dos votos somando os valores obtidos nas coligações de que fez parte na Madeira e nos Açores.

Ainda assim, quando se somarem os deputados da emigração, o PSD deverá ficar abaixo dos 79 que tem atualmente e ficou a mais de 13 pontos percentuais do PS, que obteve a segunda maioria absoluta da sua história.

Na noite de domingo, Rui Rio abriu a porta à saída da liderança do PSD, cargo que ocupa desde janeiro de 2018, caso se viesse a confirmar a maioria absoluta do PS nestas eleições legislativas (o que aconteceu), considerando que dificilmente será útil nessa conjuntura, sem, contudo, verbalizar explicitamente a sua demissão nem adiantar que passos irá dar internamente.

"Particularmente se se confirmar que o PS tem uma maioria absoluta – tem, portanto, um horizonte de governação de quatro anos –, eu sinceramente não estou a ver como é que posso ser útil neste enquadramento. O partido decidirá", declarou Rui Rio.

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