Kamila Valieva autorizada a competir nos Jogos Olímpicos de Inverno, apesar de chumbar em teste antidoping

14 fev 2022, 09:09

Aos 15 anos, tornou-se a primeira mulher a executar e a aterrar com sucesso um salto quádruplo. Falhou num teste antidoping antes da prova, mas o tribunal decidiu que impedir a jovem atleta de competir causaria "danos irreparáveis". Kamila vai competir, mas sem medalhas

A patinadora russa Kamila Valieva foi esta segunda-feira autorizada a competir na categoria de patinagem artística feminina nos Jogos Olímpicos de Inverno, apesar de ter falhado num teste antidoping. 

O Tribunal de Arbitragem do Desporto divulgou a decisão menos de 12 horas depois de uma audiência que durou até à manhã desta segunda-feira. A atleta de 15 anos, favorita à medalha de ouro, não vai ser suspensa provisoriamente antes de uma investigação completa.

Segundo noticia a Associated Press, o tribunal deu a Kamila Valieva uma decisão favorável sobretudo porque se trata de uma menor de idade ou “pessoa protegida” e, por isso, está sujeita a regras diferentes de um atleta adulto.

“O painel considerou que impedir a atleta de competir nos Jogos Olímpicos nestas circunstâncias causaria danos irreparáveis”, declarou o diretor-geral deste órgão, Matthieu Reeb.

Contudo, aconteça o que acontecer no gelo, Kamila Valieva não terá uma cerimónia de entrega de medalhas em Pequim, nem qualquer atleta que terminar entre os três primeiros com a patinadora russa, determinou o Comité Olímpico Internacional.

Não seria apropriado haver uma cerimónia de entrega de medalhas", justifica o COI.

Kamila Valieva testou positivo para o medicamento Trimetazidina, a 25 de dezembro, no campeonato russo, mas o resultado de um laboratório sueco foi conhecido na semana passada. As razões para a espera de seis semanas por um resultado da Suécia não são claras, embora as autoridades russas tenham sugerido que foi em parte por causa de um aumento em janeiro de casos de covid-19, que afetou a equipa do laboratório.

Aos 15 anos, Kamila conseguiu o que nenhuma mulher alguma vez tinha conseguido e tornou-se a primeira mulher a executar e a aterrar com sucesso um salto quádruplo. 

O comité olímpico russo saiu em defesa de Kamila Valieva, argumentando que a patinadora, que acusou uma substância proibida, deve continuar a competir nos Jogos Olímpicos de Pequim. Em comunicado, o organismo sublinhou ainda que não há motivos para questionar a medalha de ouro e que a substância até prejudica o desempenho desportivo.

De referir que, de acordo com o código anti-doping da Agência Mundial Antidoping (WADA, sigla em inglês), atletas que cometam violações por doping devem ser tornados públicos, mas tal não se aplica se o visado tiver menos de 18 anos.

No caso de Valieva, segundo a regra, qualquer anúncio adicional “deverá ser proporcional aos factos e circunstâncias do caso”.

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