Jorge Bacelar Gouveia vai substituir António Nunes na liderança do Oscot

25 nov 2021, 23:51
Bacelar Gouveia

O organismo que se dedica aos temas de segurança, criminalidade e terrorismo vai ter um novo líder no dia 30. O constitucionalista vai quebrar a tradição que existia, pois ao contrário dos seus antecessores, não é da maçonaria. Segundo explicou à CNN Portugal uma das suas apostas vai ser na aproximação às universidades.

Jorge Bacelar Gouveia vai ser o novo presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo - Oscot.  A eleição vai decorrer no dia 30 novembro, mas o jurista encabeça a única lista, tendo o seu nome gerado unanimidade entre os membros da organização.

Bacelar Gouveia vai substituir António Nunes, que em dezembro assume o lugar de presidente da Liga de Bombeiros Portugueses. À CNN Portugal, o constitucionalista e ex-presidente do Conselho de Fiscalização das Secretas adiantou que pretende "fazer uma aproximação as universidades", promover a " diversificação das questões da segurança, em especial a segurança humana", e ainda "lançar cursos, livros e revista cientificas regulamente". Além disso, acrescenta, na sua liderança no Oscot quer apostar em "fazer um acompanhamento das políticas de segurança agora com a normalização da vida de todos nós".

O número dois de Bacelar Gouveia será Dalila Araújo, antiga secretária de Estado da Administração Interna de um Governo de José Sócrates. Já o presidente da Assembleia geral ficará para António Rebelo de Sousa.  

No conselho consultivo estará, por seu lado, José Manuel Anes, antigo grão-mestre da Grande Loja Legal de Portugal (GLLP), a maçonaria regular que nos anos iniciais foi muito associada ao PSD, contrapondo o poder do PS no Grande Oriente Lusitano (GOL). Aliás, nos últimos anos a presidência do Oscot tem alternado entre maçons, da GLLP e do GOL, do qual faz parte o ainda actual líder, António Nunes.

Bacelar Gouveia parece vir quebrar esta tradição, uma vez que não é membro de nenhuma obediência maçónica. Diferente no próximo mandato é também o facto de uma mulher ter um cargo na direcção executiva.

O Oscot, uma associação sem fins lucrativos criada em 2005 para produzir informação sobre assuntos de segurança, criminalidade e terrorismo, tem sido ativo no debate dos grandes problemas nacionais. Nos últimos tempos, por exemplo, o presidente que está agora de saída, António Nunes, tomou posição sobre a reforma dos Serviços de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e sobre a questão dos dados dos ativistas e reforçou o alerta feito pelo diretor-geral do Gabinete de Segurança Nacional ao concordar que os políticos e altas figuras do Estado facilitam no que se refere às comunicações, podendo tornar mais fácil a sua interceção.

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