Breve percurso de Pizzi nas Antas

1 fev 2001, 21:43

Hispano-argentino era visto com uma estrela, mas caiu no esquecimento Chegou ao F.C. Porto no final de Julho e era visto como o salvador, depois da saída de Jardel. As lesões e o aparecimento de Pena tolheram-lhe as oportunidades e quase nunca foi opção para Fernando Santos. Marcou apenas quatro golos, três deles para o campeonato. Precisamente dois meses depois de Pinto da Costa dizer que contava com ele, Pizzi troca o F.C. Porto pelo Rosário Central.

Foi encarado como um redentor, o provável sucessor de Jardel, mas deixou as Antas pela porta pequena, votado ao esquecimento e abafado pelo sucesso de Pena. A vontade de Pinto da Costa em contratar Pizzi era antiga, mas só esta época foi possível inclui-lo no plantel de Fernando Santos, porque o dinheiro proveniente da venda de Jardel o permitiu e porque o hispano-argentino estava muito mais barato do que no passado. 

Quatrocentos mil contos repartidos pelo Rosário Central e o Barcelona trouxeram o goleador para Portugal e na primeira vez que treinou arrastou uma torrente de adeptos, que estavam ansiosos por vislumbrar a estrela internacional. Esse dia 26 de Julho torna-se longínquo e, de certa forma, penoso, pois Pizzi não conseguiu ser nada do que se esperava. É certo que quando foi contratado não escondeu que tinha acabado de submeter-se a uma artroscopia a um dos joelhos, o que atrasava irremediavelmente a sua integração. 

De qualquer forma, assinou até Junho de 2001 e fez a sua estreia com a camisola do F.C. Porto no primeiro dia de Agosto, frente ao V. Guimarães, num jogo-treino de pré-época. Não conseguiu marcar, mas voltou a jogar, agora como titular, no encontro referente à pré-eliminatória da Liga dos Campeões, com o Anderlecht, realizado no Estádio das Antas. 

No que diz respeito aos jogos das competições europeias, agora na Taça UEFA, Pizzi esteve sempre presente, embora só tenha voltado a ser titular em Belgrado, com o Partizan. Jogou três minutos em Barcelona, frente ao Espanhol, e dois ante o Wisla Cracóvia, na cidade do Porto. 

Quatro golos, três deles para campeonato 

Marcou apenas quatro golos, sendo que três deles no campeonato. O outro foi apontado no desafio da quarta eliminatória da Taça de Portugal, com o Atlético, sendo mesmo decisivo, pois os portistas venciam apenas por 1-0 e o hispano-argentino assegurou a tranquilidade. Esta foi a única vez que jogou os 90 minutos nos sete meses que passou no Estádio das Antas. 

A sua presença na I Liga não atingiu mais do que uma média de 23 minutos nos onze jogos em que esteve presente, mas nunca foi titular. Nas situações em que foi para o banco só não entrou em campo por duas vezes e quando jogou nunca o fez por mais do que 49 minutos. Marcou dois golos em Campo Maior (5-0) nos poucos mais de sete minutos que esteve em campo e apontou o último tento no campeonato na goleada ao Alverca (6-0), a 30 de Outubro. 

No dia em que se despede das Antas, Pizzi deve ter-se lembrado das declarações de Pinto da Costa proferidas no dia 1 de Dezembro, quando se falava no interesse do Independiente da Argentina. «Não admitimos a saída de Pizzi», afirmou o presidente nessa altura. Também o avançado não acreditou no regresso ao seu país, alertando para a falta de dinheiro e condições de segurança, assegurando que se sentia muito bem no Porto. Tudo parece ter mudado, pois precisamente dois meses depois, o jogador acerta a rescisão com os portistas e apresta-se para terminar a carreira no seu clube de sempre, o Rosário Central.

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