Beira Mar-F.C. Porto, 1-1 (destaques)

7 out 2002, 23:16

Ricardo Sousa na hora de todas as decisões Soberbo golo de Ricardo Sousa num jogo em que Deco não tirou trunfos do baralho.

Sandro

Secou Deco e fez com que o brasileiro não fizesse estragos na defensiva do Beira Mar. O jogador aveirense esteve sempre onde foi preciso estar para desarmar ou, simplesmente, afastar o médio criativo do F.C. Porto do jogo. Sandro teve apenas uma tarefa, parar Deco. Aos 41 minutos, o trinco protagonizou um lance que provou a excelência da sua exibição. Partiu em desvantagem em relação a Deco, que já ia lançado, e com um carrinho por trás afastou a bola do brasileiro pondo cobro a uma jogada de muito perigo. Com uma força física de realce e com uma velocidade ao alcance de poucos, Sandro foi um antídoto à Decodependência e um dos responsáveis para o facto de o F.C. Porto não ter saído de Aveiro com os três pontos.

Ricardo Sousa

Um golo de raiva para quem passou um mau bocado nas Antas. Aquele pontapé teve um significado muito especial. Por isso, tirou a camisola e correu em direcção ao pai, a gritar e de punhos cerrados. Teve de batalhar muito para se libertar da forte marcação de Costinha, mas nos lances de bola parada marcou a diferença, assim como a habitual tendência para fazer passes longos. O golo de bola parada é divinal: remate colocado e em força, a fazer a bola entrar no ângulo direito da baliza à guarda de Nuno. Valeu o empate.

Areias

O defesa esquerdo do Beira-Mar foi o melhor da defensiva aveirense. Na primeira parte apenas «apanhou» com um ineficaz Paulo Ferreira pela frente e, em termos defensivos pouco teve que fazer, mas tudo o que fez, fê-lo muito bem. Depois percebeu que poderia subir com mais à vontade no terreno e deu velocidade ao flanco esquerdo do Beira Mar. Combinou bem com Rui Dolores e muitas vezes foi ele próprio quem iniciou jogadas de contra-ataque. Na segunda parte, Derlei e Alenitchev descaíram pelo lado esquerdo e depois com a entrada de Capucho, Areias teve maiores preocupações defensivas e não subiu no terreno com tanta frequência como o tinha feito no primeiro tempo.

Alenitchev

Com um Deco apagado do jogo, foi em Alenitchev que o F.C. Porto teve o seu motor de arranque, pelo menos até aos 66 minutos, altura em que foi substituído por Capucho, provavelmente por estar esgotado. O russo apareceu no centro do terreno, por trás de Jankauskas e Derlei, e criou algumas das jogadas mais perigosas que o F.C. Porto dispôs. Muito rápido e com uma técnica de fino recorte, Alenitchev ainda teve tempo para ajudar a sua defensiva e ganhar algumas bolas para lançar o ataque. Aos 58 minutos, pegou na bola na direita, deixou Fernandez no chão e rematou cruzado, mas a bola saiu muito perto da barra. Alenitchev esteve muito esforçado, correu quilómetros atrás da bola e nunca desistiu de um lance, mostrando a José Mourinho que está num bom momento de forma.

Costinha

O trinco do F.C. Porto desempenhou aquele papel de quem não dá muito nas vistas, mas acabou por realizar uma exibição muito eficaz. Costinha esteve sozinho para tentar estancar os ataques do Beira Mar pelo centro do terreno e segurou travou muito bem as investidas contrárias. Como não bastasse, subiu várias vezes para a grande área do Beira Mar e tentou fazer a diferença, embora sem sucesso. Ricardo Sousa jogou na sua zona e Costinha tudo fez para que o ex-portista não chegasse à baliza de Nuno. Com a entrada de Tiago na segunda parte, manteve-se na mesma posição e com o mesmo desempenho, seguro e sem complicar.

Deco

Não foi o Deco a que o F.C. Porto está habituado e o resultado está no empate conseguido pela equipa portista em Aveiro. O brasileiro esteve apagado, muito devido à boa marcação de Sandro, e só a espaços mostrou do que seria capaz se estivesse em dia «sim». Com uns remates fugazes, cantos mal marcados e alguns centros para a bancada, Deco não esteve inspirado quando o F.C. Porto mais precisou. Com a saída de Alenitchev, o brasileiro ficou mais solto e conseguiu fugir com maior frequência à dura marcação a que foi sujeito, mas mesmo assim, não foi suficiente para fazer a diferença que equipa portista necessitava.

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