Nélson Puga acredita que há «jogadores injustiçados» por causa da nandrolona

23 abr 2002, 09:41

Médico do F.C. Porto pede «mais estudos» Este especialista na luta contra o doping tem «muitas dúvidas» sobre eventuais penalizações.

Nélson Puga é um dos maiores especialistas portugueses em matéria de luta contra o doping. Já foi o responsável sector no pólo portuense do Centro de Medicina Desportiva e é, actualmente, médico do F.C. Porto. Numa comunicação produzida no seminário sobre futebol realizado no Instituto Superior da Maia (ISMAI), este médico aconselhou uma maior prudência na forma como, em Portugal, se estão a tratar os casos de nandrolona e recordou «as muitas dúvidas que permanecem em torno desta substância».

«Sendo Portugal o país no Mundo com mais controlos anti-doping e fora dela (surpresa), é extraordinariamente baixa a percentagem de casos positivos a nandrolona. Só no futebol recolheram-se para cima de 1300 amostras! Mesmo o valor absoluto é baixo (quatro casos num ano) comparando-o com os valores encontrados noutros países», avisou o clínico do F.C. Porto.

Sem medo das palavras, Nélson Puga deixou mesmo no ar a ideia de que, neste momento, possam estar a praticar-se grandes injustiças para com profissionais de futebol: «A consciência tranquila de quem sabe não estar a promover, nem nunca ter promovido acções de dopagem, confere-nos credibilidade para exigir mais estudos no sentido de não castigar atletas inocentes, manchando injustamente o mundo do desporto, mas de forma mais dramática o bom nome de pessoas, que assistem na praça pública a acusações por vezes infundadas».

Daí que Puga insista na realização de mais estudos para se poder avançar: «A bem da verdade desportiva, devem ser reflectidas com cuidado as dúvidas que permanecem acerca desta matéria, para que não corramos o risco, como aconteceu outrora com outras substâncias, de voltar a punir injustamente atletas que em boa verdade nunca se doparam».

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