Covid-19: bebé ligado a ECMO entrou no hospital com miocardite. Situação está "controlada"

CNN Portugal , BCE
5 fev 2022, 18:15

A médica Maria João Batista garantiu que o bebé está agora numa situação "estável"

Maria João Batista, médica e diretora clínica do Hospital de São João, garantiu este sábado que o bebé de 13 meses que deu entrada no hospital com um diagnóstico de covid-19 apresentava um "quadro clínico compactível com existência de uma miocardite", estando neste momento "estável".

De acordo com a médica, a criança deu entrada no hospital com "diagnóstico de covid-19 e quadro clínico compactível com existência de uma miocardite". "[O bebé] estava clinicamente muito doente, tinha arritmias cardíacas muito difíceis de controlar", acrescentou Maria João Batista, salientando que "a equipa médica esteve várias horas" com o bebé antes de o colocar em ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorporal).

Depois de colocado neste suporte vital extracorporal, "o bebé foi ficando estável", salientou a médica, garantindo que "a equipa clínica está a prestar todos os cuidados" que a criança necessita.

"Posso dizer que felizmente a situação está controlada", frisou, perante os jornalistas.

A médica confirmou que o bebé "era saudável previamente", mas acrescentou que Hospital irá proceder a novos estudos para perceber se tinha outras doenças ou vírus que possam ter provocado miocardite além da covid-19.

“Parece tratar-se de uma infeção de covid-19 com um quadro de miocardite. Como é evidente, neste tipo de casos temos de pensar qual é a causa mais provável, e esta parece ser a mais provável, mas como é obvio, há outras miocardites que são provocadas por outros vírus e, neste momento, estamos a pesquisar outros vírus que não foram até ao momento identificados e temos de procurar outras causas para ter a certeza que aquilo que aconteceu foi uma miocardite associada à covid-19”, esclareceu.

Maria João Batista dirigiu ainda uma palavra aos pais, afirmando que devem estar tranquilos, até porque, notou, "a existência de infeções com esta gravidade é muito rara em idade pediátrica e, sobretudo, em bebés tão pequenos”.

“Sabemos que com esta idade, com 13 meses, é um bebé frágil e que corre sempre um risco perante uma infeção, seja o SARS-COV-2 ou qualquer outro vírus, de ter um processo que é mais grave, que pode ter de entrar em cuidados intensivos e em ECMO. O que é que nós devemos fazer é ser prudentes. Não é provável que uma criança vá ter um quadro destes, os pais não têm de ficar alarmados. Não estamos à espera de ter um aumento de casos deste género”, assinalou a diretora clínica.

Questionada pelos jornalistas sobre as próximas horas do bebé, a médica disse que os médicos vão “deixar que ele descanse um pouco”, pois é necessário que fique “mais estável para que nos próximos dias” possam “retirar a ECMO e perceber se o coração funciona normalmente”.

“Acreditamos muito que seja isso que vai acontecer”, acrescentou.

A criança de 13 meses infetada com SARS-CoV-2 deu entrada na noite desta sexta-feira no Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ) após alterações cardíacas. A criança não está vacinada - de recordar que não há vacinação para crianças com menos de cinco anos - e está ligada a ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorporal), uma técnica de suporte vital extracorporal.

O caso já foi reportado às autoridades de saúde à ala pediátrica do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), no Porto.

Covid-19

Mais Covid-19

Patrocinados