Bebé de 13 meses infetado com covid-19 entra em falência cardíaca e é ligado a ECMO

5 fev 2022, 12:16

O Centro Hospitalar Universitário de São João, no Porto, vai dar uma conferência de imprensa às 18 horas.

Uma criança de 13 meses infetada com SARS-CoV-2 deu entrada no Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ) após alterações cardíacas.

A criança não está vacinada - de recordar que não há vacinação para crianças com menos de cinco anos - e está ligada a ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorporal), uma técnica de suporte vital extracorporal. Não é ainda conhecido o histórico clínico do bebé, mas a CNN Portugal sabe que a criança está "estável".

O caso já foi reportado às autoridades de saúde e que a ala pediátrica do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), no Porto. Está marcada uma conferência de imprensa para as 18 horas. 

À CNN Portugal, o médico Alberto Caldas Afonso, diretor do Centro Materno Infantil do Norte, revela que o caso “causa-nos alguma perplexidade”. “Era criança saudável, internada exclusivamente por covid-19”.

“Esta criança foi internada no dia 4 no nosso centro hospitalar, transferida da Póvoa do Varzim, com um quadro de recusa alimentar, tinha febre, que se associou à recusa alimentar e letargia. Foi internada na nossa unidade covid e em 24 horas a situação clínica agravou-se, com um quadro de insuficiência cardiorespiratória e com uma taquicardia que se veio a acentuar. Portanto, com critérios que podiam indiciar, como se veio a comprovar, a uma necessidade de recorrer a ECMO”.

No centro estão mais seis crianças internadas, “a maioria não vacinadas”, adiantou.

Ordem dos Médicos reforça importância da proteção

A propósito do caso deste bebé, a Ordem dos Médicos emitiu, este sábado, um comunicado em que reforça que "é essencial que não nos esqueçamos do caminho difícil que percorremos e do que conseguimos alcançar".

“Todas as vidas importam e a vida de uma criança deve ser protegida de forma ainda mais especial, pelo que nos preocupa o palco que é dado a discursos inconsistentes e que, sobretudo, não têm qualquer respaldo na evidência científica produzida sobre os efetivos riscos da doença nas crianças e a segurança e benefícios da vacinação”, escreveu o bastonário Miguel Guimarães, reforçando a posição já tomada.

Na sexta-feira, em declarações à CNN Portugal, Miguel Guimarães desvalorizou a tomada de posição de cerca de 90 personalidades, que pedem o fim da vacinação de crianças dos cinco aos 11 anos que não sofram de doenças associadas.

“Falou-me de 91 (signatários), dos quais uma parte são médicos. Temos em Portugal 50 mil médicos. É um número residual”, atirou o bastonário, antes de reforçar que o risco conhecido de complicações associadas à vacinação é muito inferior ao risco de complicações graves associadas à doença.

 

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