«Seria arriscado romper por completo com o passado», observa Mourinho

23 jan 2002, 14:03

O que vai, então, mudar? A vontade de mudança é o paradigma dominante nas Antas, mas Mourinho avisa que as novidades vão surgir de forma gradual.

A aposta na mudança fez com que o F.C. Porto rompesse com Octávio Machado e contratasse José Mourinho. O novo treinador assume esse risco, mas garante que a ruptura não será total: «Seria muito arriscado, a esta altura da época, tentar uma ruptura completa com o passado. As coisas vão mudar, mas será uma mudança sustentada». 

Mourinho adianta um princípio importante para perceber que tipo de coisas poderão mudar: a sua filosofia de jogo será implantada e serão os jogadores que terão que adaptar-se a ela. «Tenho um modelo de jogo, que aplicava no Leiria e que pretendo manter. Por muitas similaridades que possam existir entre o treinador que sai e o que entra, há sempre metodologias diferentes. As mudanças vão notar-se, mas de forma gradual. Com o tempo, elas vão surgir. Os jogadores terão que adaptar-se à forma de jogar que pretendo, mas não seria realista mudar tudo o que desejo de um dia para o outro». 

O tempo será, por isso, um dos conceitos-chave no trabalho de José Mourinho. Sobretudo nesta parte final da época, uma vez que o técnico herda um plantel que não escolheu e uma situação classificativa nada usual no F.C. Porto. «O primeiro objectivo é ganhar ao Marítimo. Será o primeiro teste, mas ainda será muito cedo para concluir seja o que for. Para já, temos uma hora e meia de trabalho, onde fizemos um treino que abordou temas genéricos e onde conversámos. No treino da tarde, já trabalharemos aspectos da organização de jogo e aí os jogadores já poderão começar a familiarizar-se com algumas ideias que pretendo pôr em prática».

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