U. Leiria-Sp. Braga, 0-0 (crónica)

13 jan 2001, 19:04

Atitude leiriense não merecia um Quim tão inspirado Mesmo com dez durante 35 minutos, o Leiria quis muito mais vitória que o Braga. Merecia, por isso, os três pontos. Mas na baliza dos arsenalistas estava um dos melhores guarda-redes do campeonato: Quim. Foi graças a ele que os bracarenses não regressaram ao Minho com uma derrota. Valeu a atitude dos pupilos de Manuel José: jogaram melhor, dominaram, mas voltaram a falhar na concretização

Não fosse Quim um dos melhores guarda-redes portugueses e, por certo, o Braga teria saído de Leiria com uma derrota. A equipa de Manuel Cajuda esteve irreconhecível: lenta, sem imaginação e com uma falta de consistência a meio-campo nada condizente com o lugar que ocupa. O União de Leiria fez muito mais pela vitória. Mesmo com dez durante 35 minutos, o conjunto de Manuel José procurou o golo e só não ganhou porque Krpan voltou a estar num dia de desperdício. 

O jogo frustrou as expectativas. Previa-se um espectáculo equilibrado, com duas equipas viradas para o ataque. A primeira premissa acabou por se verificar durante grande parte do encontro: o problema foi que esse equilíbrio foi estabelecido por baixo. Já em relação à tendência ofensiva dos dois conjuntos, tal foi impossível de se verificar, pela simples razão de o Braga nunca ter conseguido pegar no jogo e construir jogadas de ataque. 

Algo de estranho se passou com a equipa minhota. Ao contrário do que tem feito neste campeonato, revelou-se um conjunto passivo e muito pouco consistente. O meio-campo foi um flop, perdendo bolas atrás de bolas e obrigando as unidades mais defensivas a atenções redobradas. Cajuda percebeu isso e tentou alterar as coisas. Zé Roberto, Rodrigão e Luís Miguel entraram, mas repetiram os fracassos dos colegas. O primeiro teve, aliás, uma estreia infeliz, acusando ainda uma grande falta de entrosamento com a sua nova equipa. 

No plano oposto, a atitude do União de Leiria merece elogios. Começou mal o duelo, parecia que iria ter problemas para impor o seu modelo de jogo, mas, a pouco e pouco, foi-se apercebendo da falta de consistência bracarense. Tiago e Leão comandavam as tropas, Derlei e Krpan eram as unidades que mais dores de cabeça criavam nos defesas adversários.  

O pequeno pormenor da expulsão 

A segunda parte aumentou ainda mais as diferenças acima expostas. O Leiria foi acreditando, cada vez mais, que poderia chegar ao golo e forçou o Braga a recuar. Mas dez minutos depois do reatamento, um facto poderia ter alterado estas coordenadas. João Manuel recebeu ordens de expulsão, na sequência da acumulação de cartões amarelos. O domínio leiriense estava ameaçado. 

Só que a ineficácia bracarense impedia qualquer melhoria, mesmo em superioridade numérica. Mandou a entrega leiriense, materializada com um remate potente de Paulo Alves, aposta de Manuel José para a segunda parte, à barra. 

O novo dado acabou por constituir de estímulo para um encontro globalmente desinteressante nos primeiros 45 minutos. A partida aumentou de velocidade e os espaços apareceram. Os bracarenses, com mais um jogador que o adversário, queriam partir para o ataque: só que nunca descobriram o melhor caminho. Chegaram, com isso, a ser surpreendidos com a rapidez do contra-ataque leiriense, sobretudo pela faixa direita. Krpan e Bilro apareceram, assustaram... mas nunca chegaram a marcar. Sobretudo por culpa de Quim, o melhor jogador em campo. Boa arbitragem de Duarte Gomes.

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