«Nunca desaprendi de jogar futebol!», diz Nélson

9 ago 2000, 23:12

A propósito da chamada à selecção nacional

O olhar tímido perdia-se por entre os jornalistas que não paravam de fazer perguntas. Nélson ouvia-as, meditava um pouco, e respondia com uma calma impressionante. Percebia-se que estava satisfeito¿dois anos depois volta a ser convocado para a selecção-, mas disfarçava o seu contentamento ao fazer uso de frases feitas. «É uma alegria, mas estou com os pés bem assentes na terra. É o corolário do empenho, do esforço e do trabalho no meu clube», começou por referir, após saber que o seu nome fazia parte do grupo dos eleitos para o encontro frente à Lituânia. 

Mas, pouco tempo depois, acabou por extravasar a satisfação que sentia. O grito mudo acaba por dizer tudo: «Nunca desaprendi de jogar futebol!», afirmou o defesa-direito, do F.C. Porto, para recordar os tempos em que andou na sombra. «Passei por momentos delicados, jogava na equipa B em que se pratica um futebol de outro nível», completou. Tempos que já pertencem ao passado, pois frente ao Anderlecht, Nélson rubricou uma exibição positiva, depois de ter conquistado a titularidade a Secretário. 

«Nesta fase da minha carreira, posso acrescentar algo mais em termos individuais e colectivos, mas não acredito em perfeccionismos. A perfeição é uma utopia, por isso, apenas tenho fé em avançar patamares», referiu, reservando para o final da conversa uma palavra de conforto para o seu colega Secretário, também ele chamado por António Oliveira à selecção nacional. 

«Estou à disposição para o que der e vier. Mas se o seleccionador nos chamou aos dois é porque somos opções válidas. É importante para o Secretário merecer a confiança dos responsáveis da selecção, depois de não ter sido convocado para o jogo com o Anderlecht. Esta chamada vai animá-lo», finalizou Nélson.

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