Nacional-Sporting, 0-2 (crónica)

7 fev 2001, 20:52

Leões só marcaram quando o «bailinho» da Madeira apertou Desta vez a sorte sorriu aos leões. O Sporting voltou a entrar muito bem no início das duas partes do jogo, mas não conseguiu aproveitar as muitas oportunidades criadas. Só quando começou a transpirar impaciência e a quebrar fisicamemente é que conseguiu os golos. Um no primeiro e outro no segundo tempo. Cada vez há menos dúvidas. Por muito que o departamento médico do Sporting diga que não, há problemas físicos em Alvalade.

O Sporting voltou a sofrer diante do Nacional mas, desta vez, a sorte sorriu-lhe e conseguiu o bilhete para os quartos-de-final da Taça de Portugal onde vai encontrar uma adversário, à partida, mais acessível, o Famalicão da II divisão B. Hoje, a equipa de Manuel Fernandes voltou a manifestar as mesmas fragilidades que tem evidenciado nos últimos jogos. Entrou bem no início das duas partes do jogo, mas não conseguiu marcar. No entanto, desta vez, quando começou a mostar sinais de impaciência e de descoordenação, conseguiu os golos. Desta vez, o leão pode sorrir. 

O Sporting entrou de rompante no jogo. Desde o princípio procurou impor a sua lei e retirar quaisquer aspirações ao adversário. Com Tello na esquerda, Pedro Barbosa na direita, Toñito no centro e João Pinto em todo o lado, os leões montaram um «carrocel» alucinante à frente da área madeirense. No entanto, o golo, que parecia iminente, não chegava. Mais, o Nacional, que era suposto ter-se assustado e retraído as suas linhas, ia respondendo como se aquela agitação toda não fosse nada com ele. 

José Peseiro alterou algumas posições dos seus jogadores em campo mas manteve o esquema audaz que tinha apresentado em Alvalade. Um 4x4x2 muito flexível que a atacar desdobrava-se rapidamente num 4x2x4 e a defender recolhia-se num 4x2x3x1. Mal sacudiam a pressão dos leões, Fabrício e, sobretudo, Serginho, desatavam a correr, de forma ameaçadora, na direcção de Schmeichel. Uma e outra vez, Serginho, com espaço, colocou o guardião dinamarquês à prova com fortes remates de longe. 

Com esta conjuntura, foi o Sporting que acabou por retrair-se. A equipa de Manuel Fernades abrandou e procurou controlar o aventuroso adversário, jogando de forma mais segura. Mas o Nacional continuou a carregar e a colocar tremendas dificuldades ao Sporting que já começava a transpirar impaciência. Falhava passes atrás de passes e, agora, a velocidade dos homens da frente era em sentido contrário. Procuravam a todo o custo socorrer os seus companheiros da defesa. 

Mas eis que surgiu o primeiro brinde para os leões. Toñito recebeu uma bola a meio-campo e, quando hesitava sem encontrar um companheiro livre para libertar a bola, foi derrubado por trás por Luís Loureiro. Um gesto infantil que não tem qualquer justificação, visto que o lance não representava qualquer perigo para o Nacional. Mais grave ainda porque Luís Loureiro já tinha visto um amarelo. Na sequência da falta, Tello, numa iniciativa individual, entra na área pressionado e liberta Pedro Barbosa, na direita, que remata de primeira e cruzado para as redes de Nuno Carrapato. Foi o suficiente para quebrar psicologicamente o Nacional que, em apenas um minuto, estava em desvantagem numérica e no marcador. 

No segundo tempo, o Sporting voltou a entrar fulgurante. A vantagem permitiu-lhe levantar a cabeça. Os leões voltaram a mandar no jogo, mas rapidamente deslumbraram-se e a baliza de Nuno Carrapato passou a ser um mero adereço em campo. Os leões divertiam-se com passes bonitos mas extremamente ineficazes. Sim, o espectáculo era atraente, mas decorria muito longe da baliza do Nacional. Com o passar do tempo, os passes deixaram de ser bonitos. O Nacional voltava a acreditar e, cada vez com mais frequência, ganhava a bola ao adversário para, no momento seguinte, criar perigo na baliza de Schmeichel. 

O leão voltava a tremer. As trocas de posições que tinham resultado num bonito bailado minutos antes, terminavam agora em choques e tropeções sem sentido. Toñito lesionou-se e, com dores na coxa direita, foi rendido por Rodrigo Fabri. Estava para chegar o segundo brinde. João Pinto, dos poucos que conseguiu manter o mesmo ritmo competitivo do princípio ao fim, arrastou a defesa do Nacional para a direita e lança a bola para o lado contrário. Rui Jorge surge em velocidade e, com apenas um toque, coloca no centro onde Rodrigo Fabri teve tempo para tudo. Controlou a bola, olhou para Nuno Carrapato e atirou para a sua direita. O Sporting respirou de alívio. Finalmente, tinha conseguido alguma tranquilidade no marcador. 

José Peseiro ainda procurou reagir, com duas substituições em simultâneo e ordens para atacar. Não valia a pena. A sorte hoje estava mesmo com os leões que, até final, ainda criaram novas oportunidades em jogadas de contra-ataque. O Sporting passa para os quartos-de-final, mas deixa uma certeza. Por muito que o departamento médico do Sporting diga que não, há realmente problemas com a recuperação física dos seus jogadores. Hoje, tal como frente ao Sp. Braga, voltou a ser evidente a quebra física dos leões.

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