Vitória por (3-0) e golo de Deus O Sp. Braga foi ganhar a Paços de Ferreira por 3-0. Os golos foram marcados por Edmilson, Barroso e... Deus.
Antes do jogo, o treinador José Mota (leia-se o feiticeiro) montou a táctica ideal, que se traduzia num feitiço eficaz: povoar o meio-campo para controlar as investidas do Braga. Na frente, Paulo Vida procurava enfeitiçar os defesas e ludibriar o guarda-redes. Até à passagem da meia hora, o Paços de Ferreira hipnotizou o adversário, que só a respondia em contra-ataque.
Mas depressa o feitiço se virou contra o feiticeiro. Apesar da equipa da casa jogar ao ataque, o comum espectador apercebia-se da ausência de jogadores na linha ofensiva para pressionar a defesa minhota. Paulo Vida acabava por ser uma presa fácil no meio dos centrais e o apoio dos flancos, por intermédio de Zé Manuel e Formoso, nem sempre era o mais convincente.
No banco, José Mota dava os últimos retoques no seu feitiço. Indicação para ali, gesto para acolá, e os ingredientes combinavam-se num jogo entretido. Mas eis que Edmilson destrói a magia do treinador pacense. Em bicos de pés, por entre os centrais, recebe um cruzamento de Riva, amortece a bola e dispara-a para o fundo das redes (28 m). E o feitiço depressa se esfumou na apresentação da equipa da casa à sua massa associativa.
Mas se o Paços de Ferreira tinha mais algum truque debaixo da manga, ficou-se pela intenção. Minutos depois, enquanto muitos espectadores aproveitavam um livre aparentemente inofensivo para descruzar as pernas, Barroso faz o impossível: remata com pouca força e o guarda-redes Pinho entra pela madeira adentro, ou seja, deixa passar a bola por entre as mãos (44 m). Não havia feitiço capaz de quebrar tamanho azar... que se estendeu até ao último minuto.
Depois, o treinador do Braga entregou o seu coração a Deus e fez entrar o avançado espanhol com o nome do Criador. Assustado, pouco tempo depois, Pinho voltou a tremer como varas verdes e largou o esférico, após remate de Barroso. Deus só teve de fazer o mais fácil... o golo! Nunca um milagre foi tão repentino. De mãos atadas, o Paços de Ferreira perdeu a objectividade e acabou por sair derrotado.
Quanto ao árbitro, Paulo Paraty realizou um trabalho que suscitou a contestação dos adeptos locais, ao anular um golo a Formoso (26 m), sem razão aparente.
Estádio da Mata Real, em Paços de Ferreira.
Árbitro: Paulo Paraty, auxiliado por Devesa Neto e José Cardinal.
Assistência: cerca de mil espectadores.
Paços de Ferreira ¿ Pinho; Chico Fonseca, Adalberto, João Armando e Zé Nando; Zé Manuel, Beto, Marco Paulo, Glauber e Formoso; Paulo Vida.
Jogaram ainda: Carlos Carneiro, Filipe Anunciação, Paulito, Eduardo
Treinador: José Mota.
Braga ¿ Paulo Morais; Zé Nuno, Odair, Artur Jorge e Pedro Lavoura; Castanheira, Barroso, Jordão e Riva; Edmilson e Toni.
Jogaram ainda: Quim, Luís Miguel, Deus, Andrade, Tiago, Idalécio, N¿Guema.
Treinador: Manuel Cajuda.
Ao intervalo: 2-0.
Marcadores: Edmilson (28 m), Barroso (44 m), Deus (64 m).
Disciplina: Beto (34 m), Odair (55 m), Formoso (88 m).